“Sex and the City“ não foi apenas uma série de televisão. A produção que reunia as personagens Carrie Bradshaw, Samantha Jones, Charlotte York e Miranda Hobbes ainda é considerado um fenômeno cultural por sua leitura do empoderamento feminino na cidade de Nova York na época do lançamento da série, pelo relato de amizade das protagonistas, ainda que entre conflitos e diferenças, pelas explorações amorosas do grupo e pelo humor afiado que marcou grande parte de seus capítulos.
Até hoje, com sua extensão “And Just Like That”, o universo de “Sex and the City” cativa os fãs ao redor do mundo com suas histórias de amizade, amor, e a vida cosmopolita de Manhattan.
Depois de reunir prêmios, sucesso de audiência e alguns percalços na televisão, a história se estendeu para as telas do cinema em 2008, com o lançamento do primeiro longa-metragem, “Sex and the City: O Filme”, com as personagens em novas desventuras anos após o final da série, exibida originalmente de 1998 a 2004.
Dirigido e escrito por Michael Patrick King, o filme expande a narrativa das quatro amigas, interpretadas por Sarah Jessica Parker, Cynthia Nixon, Kim Cattrall e Kristin Davis, explorando novos desafios em suas vidas pessoais e profissionais. Dá para imaginar que, após quatro anos de ausência, a expectativa do público e da crítica foi das mais altas. Desde os bastidores da gravações, acompanhadas fielmente por fãs e curiosos nas ruas de Nova York, até o segredo do fio condutor que embasaria o filme, a produção foi foco das atenções de seu anúncio até a data de lançamento. Outro detalhe revelado pouco a pouco em cliques de bastidores? O trabalho de figurino da expert Patricia Field, fiel criadora do visual marcante das personagens por tantos anos e, nos cinemas, elevado a sua máxima potência para deleite visual dos fãs (e das marcas que investiram na oportunidade!).
A produção é a atração de hoje, sábado (15/02), no Supercine, da TV Globo. Além disso, está disponível em streaming no catálogo do Max.
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A notícia e o aquecimento todo foi bem animador até que… bem, até que o filme chegasse por completo ao público. Mesmo com muita gente torcendo pelas mulheres, a recepção foi mista pelas escolhas narrativas e, principalmente, pelo grande episódio que sustenta o arco de Carrie Bradshaw: o casamento com Mr. Big, após tantos anos de história.
Queridas pelo público saudosista, as personagens seguraram suas ondas e ainda fizeram do filme um sucesso comercial importante, a bilheteria mais poderosa entre as comédias românticas lançadas em 2018, mas os comentários mais críticos acompanhariam para sempre a impressão geral sobre o filme (mal sabiam que dava para ficar mais problemático depois, com o segundo filme!).
Entre os principais pontos-alvo dos comentários mais maldosos, estiveram a história toda em torno do casamento fracassado, e a reação de Carrie, o humor físico, como nas cenas de Charlotte na viagem entre amigas, que se afastou um pouco do tom refinado, ainda que cômica, imposta à série, e elementos mais pontuais, como alguns figurinos (alô, chapéu da Samantha), a narrativa dos e-mails ou a decisão de tornar Steve um traidor.

Na lista, relembre os detalhes dos pontos mais criticados durante a recepção do filme “Sex and the City”, tanto na reação do público quanto dos críticos especializados…
O casamento desastroso de Carrie e Big
A decisão de Big de abandonar Carrie no altar no dia de seu casamento foi um dos pontos mais criticados. Este momento foi visto como um retrocesso narrativo, desfazendo o desenvolvimento de personagens ao longo de seis temporadas. A escolha de tal clichê foi decepcionante para quem esperava um avanço na dinâmica do casal, resultando em uma reação negativa pela sensação de que a história estava voltando ao ponto de partida.
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Descontrole público
A cena onde Carrie ataca Big com seu buquê após ser deixada no altar foi amplamente criticada por ser um exagero em comparação com a personalidade que conhecemos da série. Este momento foi considerado desproporcional e desnecessário, afastando-se da inteligência e resiliência que Carrie normalmente demonstrava.
A extravagância de Samantha
O chapéu gigante de Samantha em uma cena de praia foi um ponto de discórdia notável. Embora a série se destacasse por seu estilo extravagante, essa escolha foi vista como excessivamente teatral e descontextualizada, tornando-se um alvo fácil por não acrescentar à narrativa ou ao desenvolvimento do personagem.
Traição de Steve
A subtrama de Steve traindo Miranda foi outro momento que gerou descontentamento. Esta decisão de enredo foi percebida como um desrespeito ao arco de crescimento dos personagens, especialmente porque Steve tinha sido retratado como um parceiro leal e estável. A introdução desse conflito foi considerada uma tentativa de criar drama, desalinhada com a essência do que fez os personagens serem amados pela audiência.
Falta de profundidade e desenvolvimento
O filme, como um todo, foi criticado por não explorar adequadamente a profundidade emocional e o crescimento dos personagens que a série havia estabelecido. Ao invés de aprofundar em questões complexas de relacionamento, amizade e individualidade, o filme se concentrou em momentos de alta dramatização, moda e situações cômicas que não ressoaram como no formato de série, deixando um sentimento de oportunidade perdida para adicionar mais substância ao universo de “Sex and the City”.
Humor físico deslocado
A subtrama de Charlotte tendo diarreia durante sua visita ao México foi um dos momentos de humor físico que não caiu bem com o público. Este tipo de comédia, embora tentasse adicionar um elemento de leveza, foi percebido como fora de lugar e até mesmo de mau gosto para muitos fãs, que esperavam um humor mais sofisticado ou pelo menos mais alinhado com o tom da série original. A tentativa de utilizar o desconforto físico para humor foi vista como uma queda na qualidade do roteiro e na compreensão do que fazia a série funcionar.
O sofrimento de Carrie
O filme levou o sofrimento de Carrie após ser abandonada no altar a um nível que muitos consideraram excessivo e deprimente. Em vez de explorar seu processo de cura ou crescimento, o foco prolongado no desgosto de Carrie tornou o filme mais sombrio e menos divertido do que o público esperava de uma franquia conhecida por seu otimismo e celebração da vida em Nova York. Esse foco na dor prolongada de Carrie foi visto como uma escolha que afundou o tom do filme, deixando-o mais para baixo e menos em sintonia com o espírito da série original, que, apesar de seus altos e baixos, sempre mantinha um equilíbrio entre realismo e escapismo.

A participação de Jennifer Hudson
Após seu Oscar por “Dreamgirls”, a inclusão de Jennifer Hudson no filme como a assistente de Carrie, Louise, foi inicialmente vista como uma adição promissora. No entanto, muitos fãs e críticos sentiram que o potencial de seu personagem não foi explorado de maneira satisfatória. Hudson, que trouxe sua presença carismática e talento vocal ao papel, teve um arco narrativo bastante limitado. Louise foi relegada a momentos cômicos e de suporte sem muita profundidade ou desenvolvimento de personagem, servindo mais como um adorno do que como uma contribuição significativa para a narrativa principal. A falta de integração de Hudson no enredo central e a ausência de um desenvolvimento que refletisse sua recente aclamação foi vista como uma oportunidade perdida para enriquecer o filme com uma nova dinâmica e diversidade na trama.
E para você? Qual é o seu momento menos favorito do filme “Sex and the City”? Divide com a gente nos comentários!
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Como termina o primeiro filme de Sex and the City: alerta spoilers
Na conclusão de Sex and the City (2008), o filme culmina com Carrie Bradshaw finalmente se reconciliando com Mr. Big após um turbulento cancelamento de casamento. Depois de meses separados e corações partidos, Big percebe o quanto ama Carrie e tenta entrar em contato com ela, mas suas tentativas são frustradas por mal-entendidos. Quando Charlotte entra em trabalho de parto, Carrie e Big acabam se reencontrando no apartamento que ela havia planejado para os dois. Lá, ele se declara novamente, e Carrie finalmente obtém o pedido de casamento simples e sincero que sempre desejou, culminando com os dois oficializando sua união no cartório, cercados por seus amigos mais próximos.
Enquanto isso, Charlotte experimenta sua própria felicidade ao dar à luz sua filha, Lily, após anos de luta para engravidar. Sua história no filme reforça o tema de que o amor e a família podem surgir de maneiras inesperadas, mas igualmente gratificantes. Samantha, por outro lado, enfrenta desafios em seu relacionamento com Smith, percebendo que, embora o ame, sente falta de sua independência. Sua decisão de terminar com ele para redescobrir a si mesma oferece um retrato honesto de autoafirmação, mesmo quando o amor está presente.
Miranda também tem seu arco resolvido ao finalmente aceitar o amor incondicional de Steve após a traição que abalou seu casamento. O casal reconcilia-se em uma ponte do Brooklyn, simbolizando o recomeço e a superação das falhas humanas. O filme termina com as quatro amigas reunidas, celebrando não apenas o amor romântico, mas também o poder duradouro da amizade, marcando um final agridoce, porém satisfatório, para os fãs da série.
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