É só ouvir a voz que vocë já sabe qual filme está na tela. Paulo Gustavo imortalizou a homenagem especial, ainda que mais do quem bem-humorada, à sua mãe, Déa Lucia Amaral, no que se tornaria sua série de trabalhos de maior sucesso (e uma das séries mais rentáveis do cinema brasileiro).
Em 2013, após a repercussão positiva de sua peça de teatro, Paulo Gustavo lançou o filme “Minha Mãe é uma Peça”, primeiro projeto no cinema totalmente encabeçado pelo artista. O filme levou para as telonas a vida de Dona Hermínia, uma mãe de meia-idade, divorciada e superprotetora, que vive em Niterói, mesma cidade onde Paulo Gustavo nasceu e cresceu.
Foi das dores da maternidade que Paulo fez comédia pura. Após perceber que seus filhos, Marcelina e Juliano, a consideram uma chata, ela decide sair de casa para passar um tempo com sua tia, refletindo sobre sua vida e suas relações familiares. Com alta dose de humor e o sotaque reproduzido aos detalhes da voz da própria mãe, o filme explora as dinâmicas hilárias e, às vezes, caóticas de uma família brasileira, com Dona Hermínia sempre no centro das atenções, tentando não interferir na vida de seus filhos, mas inevitavelmente o fazendo com seu jeito único e carismático.
Atração querida do público, o filme será exibido nesta sexta-feira (14/2) na Sessão da Tarde, da TV Globo. Em streaming, está disponível no catálogo do Globoplay, clique aqui para assistir.
É um filme-família, da concepção ao tema e mensagem. Fácil, entre gritos e risos, identificar essa celebração da cultura familiar brasileira, com todos os seus defeitos e virtudes. À prova do tempo também: é evidente como “Minha Mãe É Uma Peça” conseguiu conectar gerações, oferecer um espelho para as famílias brasileiras e provocar risadas com situações que são ao mesmo tempo específicas e universais. Além disso, o filme mantém um diálogo sobre evolução do humor, mostrando como o comediante adapta seu trabalho ao tempo e aos valores sociais que mudam.
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Foi o primeiro totalmente idealizado por Paulo Gustavo, mas não foi exatamente o seu primeiro filme. Antes de “Minha Mãe É Uma Peça” se tornar um fenômeno cinematográfico, Paulo Gustavo fez sua estreia no cinema com participações nos longas “Divã” (2009) e “Xuxa em O Mistério de Feiurinha” (2009).

Com “Minha Mãe É Uma Peça”, se estabeleceu não apenas como ator, mas como um criador com uma voz única no humor brasileiro, literalmente. Inicialmente, a história de Hermínia começou nos palcos, com a peça de teatro que estreou em 2006, onde Paulo não só interpretava, mas também escrevia e vivia uma história inspirada em sua própria mãe, Déa Lúcia.
O sucesso teatral foi quase imediato, levando quase um milhão de pessoas aos teatros, um número que poucas produções teatrais no Brasil podem se vangloriar de alcançar. Lançado em 2013, o primeiro filme da franquia não apenas conquistou repetiu o feito, mas também se tornou o filme nacional mais assistido daquele ano, com mais de 4,6 milhões de espectadores, um feito impressionante que abriu as portas para um fenômeno cultural.
A recepção foi positiva a partir de críticos da época, especialmente pelo carisma de Paulo Gustavo e pela identificação do público com as situações familiares retratadas e capacidade do filme de transformar a vida cotidiana em uma comédia de proporções nacionais.
A partir do primeiro filme, a franquia expandiu com “Minha Mãe É Uma Peça 2” em 2016, que arrecadou mais de R$ 112 milhões, e “Minha Mãe É Uma Peça 3” em 2019, que bateu recordes ao se tornar a maior bilheteria do cinema brasileiro, com mais de R$ 137,9 milhões arrecadados. Cada sequência ampliou a narrativa de Hermínia, abordando temas de família, maternidade e a evolução do próprio humor de Paulo Gustavo, que passou a refletir mais sobre inclusão e diversidade.
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Quem é quem no elenco de “Minha Mãe é uma Peça”
- Paulo Gustavo como Dona Hermínia: Uma mãe hilária, protetora e um tanto quanto excêntrica, que após se sentir ignorada pelos filhos, decide sair de casa e embarcar em uma jornada de autoconhecimento.
- Mariana Xavier como Marcelina: Filha de Dona Hermínia, uma jovem que busca sua independência e, por vezes, se sente sufocada pelo excesso de cuidado da mãe.
- Rodrigo Pandolfo como Juliano: Filho mais novo de Dona Hermínia, um jovem descolado que também busca seu espaço e, às vezes, se choca com o jeito da mãe.
- Suely Franco como Tia Zélia: Irmã do ex-marido de Dona Hermínia, uma mulher acolhedora e divertida que serve como confidente para Hermínia.
- Herson Capri como Carlos Alberto: Ex-marido de Dona Hermínia, um homem charmoso que a abandonou para viver com uma mulher mais jovem.
- Ingrid Guimarães como Soraia: A nova namorada de Carlos Alberto, uma mulher jovial que desperta o ciúme de Dona Hermínia.
- Alexandra Richter como Iesa: Vizinha de Dona Hermínia, uma mulher fofoqueira e intrometida que adora comentar sobre a vida alheia.
- Mônica Martelli como Mônica: Amiga de Dona Hermínia, uma mulher bem-humorada que a apoia em suas aventuras.
- Samantha Schmütz como Valdéia: Empregada doméstica de Dona Hermínia, uma mulher divertida e perspicaz que a ajuda nos afazeres domésticos.
- Malu Valle como Dona Lourdes: Mãe de Carlos Alberto e sogra de Dona Hermínia, uma mulher tradicional que tem uma relação conflituosa com a nora.
- Bruno Bebianno como Garib: Dono da cantina onde Dona Hermínia costuma almoçar, um homem gentil e engraçado que a trata com carinho.
- Renata Ricci como Andréa: Professora de Juliano, uma mulher atraente que chama a atenção de Dona Hermínia.
- Ana Karolina Lannes como Marcelina criança: Interpreta Marcelina em flashbacks da infância.
- Lucas Cordeiro como Tiago: Amigo de Juliano.
- Marcus Majella como Wesley: Caixa da cantina.
- Edmilson Barros como Marido de Mônica: Esposo de Mônica, amiga de Dona Hermínia.

Curiosidades para notar ao assistir ao filme “Minha Mãe é uma Peça”
Inspiração em outras obras: Enquanto a personagem de Dona Hermínia é intrinsecamente brasileira, Paulo Gustavo confessou que se inspirou em filmes como “Tudo Sobre Minha Mãe” de Pedro Almodóvar e até em situações de “A Gaiola das Loucas” para criar o humor e a complexidade de sua personagem, mostrando uma influência cultural que vai além do Brasil.
A escolha do nome “Hermínia”: O nome “Hermínia” foi escolhido por Paulo Gustavo porque soava como algo do tempo de sua mãe, algo clássico e ao mesmo tempo cômico. Além disso, ele queria um nome que todos pudessem pronunciar facilmente, sem ser muito moderno ou muito comum, o que contribuiu para a memorabilidade da personagem.
Cenografia e ambientação: O apartamento de Dona Hermínia, que aparece em todos os filmes, foi desenhado para refletir a vida de uma família de classe média brasileira, mas poucos sabem que todos os objetos de decoração foram escolhidos a dedo por Paulo Gustavo e a equipe de produção para transmitir autenticidade e humor, como o famoso sofá que parece ter visto melhores dias.
A mudança no humor: Ao longo dos filmes, houve uma evolução consciente no tipo de humor utilizado. Paulo Gustavo decidiu, especialmente no terceiro filme, retirar piadas que poderiam ser consideradas preconceituosas, mostrando uma adaptação ao tempo e uma preocupação com a sensibilidade social, algo que muitos fãs podem não perceber ao assistir apenas pelo entretenimento.
O caráter autobiográfico: Embora “Minha Mãe É Uma Peça” seja baseado na mãe de Paulo Gustavo, Déa Lúcia, ele também inseriu elementos de sua própria vida e de sua experiência como filho e como gay na construção da narrativa. Isso inclui não apenas as dinâmicas familiares mas também a luta por aceitação e identidade, dando uma camada mais profunda à comédia.
Fenômeno teatral: Antes de ser um filme, “Minha Mãe É Uma Peça” foi uma peça de teatro que levou quase um milhão de espectadores aos teatros pelo Brasil, um número impressionante para uma produção teatral.

Sequências de sucesso: As sequências dos filmes continuaram a expandir a história de Hermínia, com o terceiro filme se tornando a maior bilheteria do cinema nacional, arrecadando mais de R$ 137,9 milhões.
O Pensamento do Criador: Paulo Gustavo expressou que a série de filmes é o projeto “mais autobiográfico e mais político” de sua carreira, abordando temas como paternidade e casamento com a mesma pessoa que ele viveu na vida real ao longo das três produções.
Como termina o primeiro filme “Minha Mãe é uma Peça”
No final de “Minha Mãe É Uma Peça”, após uma jornada de auto-descoberta e afastamento temporário de seus filhos, Dona Hermínia decide voltar para casa. Ela percebe que, apesar de sua intenção de dar espaço aos filhos para que eles cresçam e vivam suas próprias vidas, sua presença e seu amor são partes essenciais da vida de Marcelina e Juliano. A reconciliação acontece durante uma festa de aniversário para a tia Zélia, onde Hermínia surpreende seus filhos ao aparecer, tendo preparado um bolo para a ocasião. Nesse momento, ela expressa seu amor e aceitação pelos caminhos que seus filhos escolheram, reconhecendo que, embora eles não precisem mais de sua constante intervenção, o vínculo familiar permanece inquebrável.
A família se reúne em volta do bolo, e Dona Hermínia declara seu desejo de ser uma mãe mais compreensiva, mesmo que seu jeito de ser nunca mude totalmente. Ela pede desculpas pelos momentos em que foi excessivamente protetora ou “chata”, mas também reconhece que isso faz parte de seu amor por eles. A cena é emocionante, com risos e lágrimas, simbolizando uma nova fase na vida de Hermínia, onde ela aprende a equilibrar a liberdade de seus filhos com seu papel maternal. A festa se transforma em uma celebração de família, onde todos, inclusive Carlos Alberto e sua nova esposa, Soraya, participam, mostrando que, apesar das diferenças e dos desentendimentos, a família está acima de tudo.
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O filme se encerra com uma cena que captura a essência do espírito de Dona Hermínia: ela, no centro de uma roda de dança, cantando e dançando com todos ao seu redor, simbolizando a união e a alegria da vida familiar. Este momento final não apenas encerra a trama com uma nota de felicidade e reconciliação, mas também reforça a mensagem central do filme sobre o amor incondicional e a importância de aceitar as mudanças na dinâmica familiar. A última imagem é de uma Hermínia feliz, cercada por aqueles que ama, deixando claro que, apesar de todos os desafios, a família é o seu verdadeiro lugar.

O sucesso de “Minha Mãe É Uma Peça” não se deve apenas às risadas e à identificação com os personagens, mas também ao carinho que o público brasileiro desenvolveu por Paulo Gustavo. Ele é visto não só como um comediante, mas como parte da família de milhões de brasileiros. Sua capacidade de transformar momentos cotidianos em comédias que refletem a realidade de tantas famílias brasileiras, sua autenticidade e a evolução de seu trabalho com o tempo e a sociedade, fizeram de “Minha Mãe É Uma Peça” mais do que filmes; tornaram-se parte da cultura popular brasileira. A trilogia não apenas divertiu, mas também trouxe reflexões sobre amor, aceitação e o papel da família na vida moderna, cimentando Paulo Gustavo como um dos nomes mais queridos e respeitados do entretenimento nacional.
E o legado de Dona Hermínia vai além dos filmes! A personagem ganhou vida própria e inspirou séries de televisão, livros e até um musical. Recentemente, a própria mãe de Paulo Gustavo, Déa Lúcia, que inspirou a criação da personagem, foi convidada para integrar o elenco do programa “Domingão com Huck”, levando seu carisma e sua história para um público ainda maior. É uma bela homenagem ao talento e ao legado de Paulo Gustavo, que sempre fez questão de enaltecer o amor e a importância de sua mãe em sua vida e em sua carreira.
Onde assistir ao filme Minha Mãe é uma Peça
O filme será exibido nesta sexta (14/2) na Sessão da Tarde, da TV Globo. Em streaming, a trilogia completa está disponível no catálogo do Globoplay, clique aqui para assistir.
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