Olha a banana! Beatriz Reis, ou Beatriz “Brasil do Brasil” como ficou conhecida pela passagem no Big Brother Brasil 24, insistiu no look de fruta que tentou criar no reality show ao completar 24 anos nesta sexta-feira (17/05).
Em seu perfil no Instagram, a atriz exibiu sua versão mais caprichada de look de banana em sequência comemorativa pelo novo ciclo e também pelo apoio que recebeu de seu público após o desfecho do BBB 24. Desta vez, as cascas recicladas ficaram de fora. Beatriz posou com produção brilhante em tom rosado composta por top e saia de bananas, agora como se fosse as frutas inteiras, para o ensaio de fotos especial.
O look foi criado pela estilista Janaína Santos; para os cliques, a fotografia foi de Victor Ferreira, com styling de Matheus Melzani e Igor Garcia, maquiagem por Renan Morales e cabelo por Aline Cristina.
Na legenda, Bia comemorou as conquistas na hora de celebrar o aniversário. “Gente, hoje se inicia um novo ciclo em minha vida! Essa nova fase é marcada por todos vocês que me acompanham ao longo de todo esse tempo! Também da minha família que é a minha base, dos meus amigos e acima de tudo de Deus, que é real! A mensagem que eu quero deixar para vocês é a mesma que falei no programa ao longo de todos esses meses, acreditem nos seus sonhos e não desistam porque eles podem se realizar! E sempre seja você!”, pediu.
“Sou muito grata a Deus por ter escrito a história da minha vida, cheia de esperança, garra e força! Eu e minhas várias versões de Bia! Levo comigo minha essência, da qual muito me orgulho! É clichê mas vale dizer, hoje é meu aniversário m que marca o início de uma nova história… Era uma vez… É o Brasil do Brasil”, finalizou.
Quem é ligado em cultura pode ter reconhecido uma provável referência do trabalho no look de banana: o figurino da atriz e dançarina Josephine Baker, que estreou o show “La Revue Nègre” em 1926, em Paris, vestindo uma saia que imitava uma penca da fruta para performance. A performer (que virou espiã anos mais tarde!) é tida como um ícone dos “roaring 20’s”, e uma das mais importantes referências negras de sucesso consolidadas no cenário artístico racista da época.
Sua importância é tamanha que, 80 anos depois, ganhou homenagem de outra potência do showbiz: Beyoncé, que vestiu o mesmo look de saia de bananas para uma performance no Fashion Rocks, em 2006, de sua faixa “Déja Vu”; as imagens de Josephine eram exibidas nos telões e sua época de reinado foi referenciada em todos os detalhes da apresentação.
As bananas como acessórios de moda também são rapidamente associadas à portuguesa mais brasileiras do entretenimento: Carmen Miranda, que carregava as frutas em meio à salada que compunha o adereço de cabeça no filme “Entre a Loira e a Morena”, de 1943.
Como a própria fruta, de origem asiática e popularizada mais tarde como símbolo tropical e latino-americano, as bananas também cruzaram outras fronteiras da moda ao virarem estampas para itens de luxo em um dos desfiles mais marcantes da marca Prada, na coleção verão 2012, que também carregava inspiração latina nos vestidos e conjuntos que se tornaram hit, tanto nas peças originais quanto nas cópias da época. Mais recentemente, um conjuntinho da norte-americana Area também revisitou a fruta e virou escolha de Bruna Marquezine.
Para além de sua representação, a banana também se transformou com pesquisa e dedicação em uma alternativa para novos alicerces da indústria da moda, uma das mais social e ecologicamente agressivas do mundo. As fibras de suas planta, a bananeira, já passaram por processos de laboratório e de tratamento que as transformassem em um tecido de aparência próxima ao do couro de origem animal.
Pesquisas buscam aperfeiçoar este uso no mercado têxtil. No Brasil, a Área de Inovação e Fibras do SENAI/CETIQT trabalha na tecnologia de transformação da fibra da bananeira em tecidos em parceria com a Musa Fiber, com um processo 100% verde, sem nenhum produto químico. Além disso, o cultivo de banana também requer menor consumo de água (do que o do algodão, por exemplo) e agrotóxicos. Em Miracatu, no Vale do Ribeiro, no estado de São Paulo, a Banarte concentra o trabalho de suas integrantes, a maioria mulheres, na transformação da mesma fibra em acessórios.
Em Paris, um modelo de bolsa confeccionado a partir de fibras de bananeiras, em pesquisa da Bananatex, ganharam a passarela da marca Stella McCartney, famosa pela investigação em produção responsável.
A empresa francesa Vegskin, por exemplo, atua com uma mistura de fibras de bananas e mangas que se transforma em fibras de tecido com características similares ao couro pela durabilidade e resistência. Já na Índia, uma das maiores produtoras mundiais da fruta, o Banofi é uma versão ecológica de tecido também resistente criada por Jinali Mody. A empreitada utiliza resíduos agrícolas já que, na colheita do fruto, as fibras das plantas são comumente descartadas.
Na Suíça, a designer Sarah Harbarth também desenvolveu uma versão de material a partir da banana, ao qual deu o nome de kuori, para produção de solas de sapatos, armação de óculos e outros acessórios a partir das cascas de bananas.
Já no Gana, o trabalho com fibras de bananeira ainda ganhou mais um quociente social: através da Kodu Technology, resíduos agrícolas do plantio de bananas se transformam em absorventes ecologicamente responsáveis para combater a pobreza menstrual local.
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