Conheça Jonathan Yeo, artista responsável pelo novo retrato de Rei Charles III

Rei Charles III recebeu, na terça-feira (14/05), o primeiro retrato desde sua coroação em maio de 2023. Assinado pelo artista Jonathan Yeo, a imagem mostra o monarca sobre um fundo vermelho, uma obra marcada pelas características que tornaram famosos ao redor do mundo a obra de Yeo.

Além de Charles, nomes como Malala Yousafzai, Nicole Kidman, Tony Blair também já se transformaram através das pinceladas de Jonathan, pintor de 53 anos nascido em Londres e com mais de 20 anos de carreira na arte.

O resultado do trabalho, dada sua exposição pela alçada do nome da vez, ganhou repercussão imediata, tanto através de mensagens de apoio pela visão artística de Yeo quanto pela surpresa de quem não recebeu muito bem a proposta ousada.

Diferente de retratos tradicionais, que procuram se manter de alguma forma conectados com uma visão mais “objetiva”, a obra realizada por Jonathan segue pelo caminho oposto. Apesar de manter os traços do monarca reconhecíveis, coloca o rei em uma projeção de poder, mas também em uma postura questionadora e ambígua, com elementos surpreendentes como a textura flamejante e uma borboleta ao ombro.

Artista Jonathan Yeo, responsável pelo novo retrato polêmico do rei Charles III; entenda significado

Em comentário oficial, Jonathan relatou que buscou representar através do detalhe “a beleza da natureza e destacar as causas ambientais defendidas por Rei Charles III”. A pintura a óleo tem cerca de 2,5 metros de altura por 2 metros de largura e carrega a imagem pintada a óleo sobre a tela.

Sobre a expectativa da revelação ao rei e à rainha Camilla, o artista brincou: “se essa pintura fosse vista como ofensiva, eu poderia literalmente pagar com a minha cabeça, o que seria uma forma apropriada de um retratista ser executado: com a cabeça removida!”, segundo a publicação BBC, antes de receber um sinal de aprovação do monarca durante sua apresentação. Ele ainda confessou que o rei chegou a ver a obra ainda em desenvolvimento, “ele ficou inicialmente surpreso pela cor tão forte, mas também demonstrou sua aprovação”.

Artista Jonathan Yeo, responsável pelo novo retrato polêmico do rei Charles III; entenda significado

Sobre romper com padrões da pintura vista como tradicional, Yeo detalhou que queria que o quadro fosse único e destoasse do passado em busca de uma interpretação pessoal. “Meu interesse é em realmene descobrir quem a pessoa é e tentar traduzir isso na tela”, revelou ao veículo.

Nascido em Londres, Jonathan aprendeu a pintar por conta própria aos 20 anos enquanto se curava de um linfoma de Hodgkin. Ganhou projeção pelos nomes famosos que retratou artisticamente no começo da década de 2000 e teve sua primeira encomenda relacionada ao governo britânica em 2001, quando retratou os três líderes dos principais partidos na época da eleição, no Reino Unido: Tony Blair, William Hague e Charles Kennedy. Em 2008, foi responsável pelo retrato do então primeiro-ministro Tony Blair, onde embutiu uma referência à Guerra do Iraque, conflito que marcou o mandato do político.

No ano anterior, também chamou atenção da comunidade artística ao produzir um retrato não-oficial do então presidente norte-americano George W. Bush a partir de recortes de revistas pornográficas. Outra obra polêmica foi um retrato com nudez frontal criado de Ivan Massow, na época patrono da Royal Society of Portrait Painters e chairman do Instituto de Arte Contemporânea britânico.

Artista Jonathan Yeo, responsável pelo novo retrato do rei Charles III

Sobre sua visão a respeito da arte de retratar pessoas, Jonathan explicou em entrevista ao site Creative Process que sua intenção nunca é representar quem a pessoa diz que é diretamente. “Em um nível básico, você está tentando comunicar algo sobre a essência de uma pessoa. Você está tentando chegar ao que ela é, e não necessariamente ao que ela apresenta ser. As duas coisas podem ser comumente bem diferentes. Então, você está tentando descobrir maneiras de representar isso através de seu rosto, sua postura, ou qualquer outro contexto. Meu instinto é sempre tentar reduzir [um protagonista] aos seus elementos mais essenciais. Nós lemos rostos. É algo muito impregnado em nosso DNA, faz parte de nosso instinto de sobrevivência. Somos programados para ler rostos de uma maneira muito sofisticada”, descreve.

As ligações com a política vão além da carreira artística: Jonathan Yeo é filho de Tim Yeo, político inglês membro do Partido Conservador.

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