Dá para fazer um sorvete que não derrete? Essas são as alternativas

A busca por um sorvete que não derreta tem sido um desafio para cientistas e fabricantes, especialmente em um mundo afetado pelas mudanças climáticas, onde temperaturas mais altas tornam o consumo de sorvetes mais complicado.
De acordo com a BBC Future, pesquisadores e empresas estão desenvolvendo tecnologias inovadoras para criar sorvetes resistentes ao calor, mantendo sabor e textura. A motivação vai além do conforto do consumidor: um sorvete que não derrete pode reduzir desperdícios, facilitar o transporte em regiões quentes e até melhorar a experiência em climas tropicais, onde o derretimento rápido é um problema comum.
Uma das abordagens mais promissoras envolve o uso de ingredientes naturais que estabilizam a estrutura do sorvete.
Cientistas descobriram que polifenóis, compostos encontrados em frutas como morangos, podem retardar o derretimento ao interagir com as moléculas de água e gordura no sorvete. Esses compostos formam uma rede que mantém a consistência mesmo em temperaturas mais altas.
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Um estudo japonês, por exemplo, demonstrou que o extrato de morango pode aumentar significativamente o tempo que um sorvete leva para derreter, sem comprometer seu sabor ou textura.
Outra estratégia é a utilização de tecnologias de microencapsulação, que envolvem a criação de pequenas “cápsulas” de gordura ou ar dentro do sorvete. Essas cápsulas ajudam a manter a estrutura do produto, evitando que ele se desfaça rapidamente quando exposto ao calor.
Empresas como a Unilever estão investindo nessa tecnologia, que também permite reduzir a quantidade de açúcar e gordura, atendendo à crescente demanda por opções mais saudáveis. Além disso, essas inovações podem tornar os sorvetes mais sustentáveis, reduzindo a necessidade de refrigeração constante durante o transporte.
Os desafios, no entanto, não são apenas técnicos. A textura e o sabor de um sorvete são fundamentais para a experiência do consumidor, e qualquer alteração na fórmula pode afetar a aceitação do produto.
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Por exemplo, adicionar estabilizantes ou compostos como celulose pode tornar o sorvete mais resistente ao calor, mas também pode deixá-lo com uma textura menos cremosa ou um sabor artificial. Os cientistas precisam equilibrar a funcionalidade com a qualidade sensorial, garantindo que o produto final ainda seja agradável ao paladar.
Além das questões técnicas e sensoriais, há considerações econômicas e ambientais. Produzir sorvetes que não derretem pode ser mais caro, especialmente se envolver ingredientes ou processos de alta tecnologia. No entanto, os benefícios a longo prazo, como menor desperdício de alimentos e redução de custos com cadeias de frio, podem compensar o investimento inicial.
Em regiões onde a infraestrutura de refrigeração é limitada, como em partes da África ou da Ásia, essas inovações podem democratizar o acesso a sobremesas geladas, tornando-as mais acessíveis e práticas.
Segundo o artigo, futuro dos sorvetes resistentes ao calor já parece promissor, apesar de ainda estar em desenvolvimento. A combinação de ciência alimentar, tecnologia e sustentabilidade está pavimentando o caminho para uma nova geração de sorvetes que podem enfrentar os desafios do clima moderno.
Embora ainda não exista um sorvete completamente à prova de derretimento nas prateleiras, os avanços mostram que chegamos mais perto desse objetivo. Essas inovações não apenas transformarão a forma como consumimos sorvetes, mas também refletem a capacidade da ciência de resolver problemas práticos de maneira criativa e sustentável.
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