Modem, inverno 2019: desfile bom vai além da receita

Um closet com cara adulta, mas solto de amarras antigas de moda, sem abrir mão de energia criativa ou apelo comercial. Foi este o caminho (dos sonhos) que André Boffano, agora em comando solo, trilhou com sucesso no inverno 2019 da Modem.

A receita da marca começa com o diálogo com outras frentes de interesse; neste desfile, o trabalho de Rodrigo Ohtake, arquiteto e designer de móveis (o mais jovem da família de sobrenome famoso) foi levado à cenografia, aos cortes curvilíneos das roupas tal qual seus móveis, aos jacquards e à cartela de cores. Segue em exercício de modelagem que faz com que itens conhecidos – a saia de couro, o vestido assimétrico, a jaqueta de franjas – pareçam rejuvenescidos em habilidade que só parece simples (vide colegas do primeiro dia).

Acabamentos de tom industrial como os ilhoses presentes desde a coleção de estreia ou outras aplicações de metal também dão peso extra à imagem polida, sim, mas zero cocota. No final, um aceno ao futuro de acabamento metalizado encerra a coleção com convite a imaginar o que de bom ainda está por vir. Note como a união de tantos elementos resulta, aqui, em um conjunto tão harmonioso, coeso e sedutor aos olhos de quem procura roupa criativa. Se é tão fácil quanto parece, por que tão poucos o fazem?

Atenção aos acessórios – os óculos são com a Livo Eyewear, a parceria com a Gla nas bijoux continua assim como a Camera Bag ganha novas iterações (bolsa de qual outra grife do line up você que acompanha a semana sabe mencionar pelo nome?) -, styling brilhante de Daniel Ueda e beleza 80’s por Daniel Hernandez só colaboraram para a imagem completa moderna e alinhada com algumas correntes da moda internacional que a gente tem gostado de ver – só as referências mais diretas a hits de grifes lá de fora podem cair por completo na próxima.

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