Meu Ano em Oxford é o tipo de romance que surpreende e emociona
Em teoria, Meu Ano em Oxford, da Netflix, parece cumprir todos os requisitos de uma comédia romântica leve: uma protagonista americana ambiciosa, um tutor britânico irresistivelmente carismático e as torres góticas da Universidade de Oxford servindo de pano de fundo.
Mas essa não é apenas uma história de amor com cenário universitário para elevar o astral. Baseado no romance homônimo de Julia Whelan, o filme evolui de forma sutil e surpreendente para algo mais profundo — uma reflexão delicada sobre finitude, ambição e o que significa abrir mão do controle em nome do amor.
Com estreia marcada para 1º de agosto na Netflix, Meu Ano em Oxford é protagonizado por Sofia Carson no papel de Anna De La Vega, uma jovem promessa da política americana que vê seus planos cuidadosamente traçados saírem do eixo ao se apaixonar por Jamie Davenport, seu tutor de literatura — um homem que guarda segredos importantes.
O que começa como um romance espirituoso entre culturas logo se revela uma história comovente sobre impermanência, identidade e a coragem de estar verdadeiramente presente, mesmo quando o futuro aponta para a dor.
Qual é a história de Meu Ano em Oxford
Anna De La Vega tem 24 anos e é uma jovem latina brilhante em ascensão na política americana. Recém-aceita com uma cobiçada bolsa de estudos na Universidade de Oxford, ela também conquista um emprego altamente disputado em uma campanha presidencial nos Estados Unidos. Para Anna, o ano na Inglaterra é apenas uma breve etapa em seu currículo — um adorno acadêmico antes do retorno triunfal a Washington.
Mas a experiência em Oxford não segue conforme o planejado.
Anna conhece Jamie Davenport, seu tutor designado: espirituoso, irritantemente cativante e apaixonado por poesia. Desde o início, há uma conexão intensa e imediata entre os dois.
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O encontro entre a ambição pragmática americana de Anna e a postura descontraída de Jamie representa, a princípio, um choque cultural. No entanto, o atrito inicial rapidamente dá lugar a um romance que nenhum dos dois esperava — e que, no caso de Jamie, talvez nunca tenha desejado.
Logo, Anna descobre que Jamie está escondendo uma verdade importante — algo que a forçará a confrontar seus próprios planos e fazer uma escolha entre o futuro que imaginava e um presente que jamais havia considerado.

O que o trailer de Meu Ano em Oxford não te conta (spoiler!)
Embora Meu Ano em Oxford possa parecer à primeira vista uma história romântica encantadora — com bibliotecas centenárias, trocas afiadas de palavras e declarações poéticas —, o impacto emocional do filme é silencioso, mas profundo. Jamie não está simplesmente hesitante quanto a um compromisso; ele enfrenta uma doença terminal. Sua decisão de se aproximar de Anna é, portanto, um gesto deliberado: escolher amar mesmo diante da dor que virá.
Essa virada — fiel ao romance original de Julia Whelan — não é um artifício narrativo. Ela é o coração da história.
Quando Anna descobre a verdade, o tom do filme muda radicalmente. O flerte cede espaço à profundidade. O que se desenrola a partir daí não é um melodrama forçado, mas uma investigação humana e honesta sobre como usamos o tempo que sabemos ser finito.
O que significa amar alguém que inevitavelmente será perdido? E é possível abraçar o amor não apesar da dor, mas justamente por ela?
O resultado é um romance que parece genuíno, frágil e, no fim das contas, profundamente comovente. Aqueles que esperam uma comédia romântica tradicional talvez se surpreendam — mas também se emocionem, justamente porque Meu Ano em Oxford se recusa a seguir as fórmulas habituais do gênero.
Quem está no elenco de Meu Ano em Oxford
No centro da narrativa está Sofia Carson, que além de protagonizar o filme como Anna, também assina como produtora executiva.
Depois de se destacar em Continência ao Amor, Carson retorna ao drama romântico com uma personagem complexa, que combina intelecto, vulnerabilidade e paixão. Anna é mais do que uma heroína romântica — ela é uma mulher em constante tensão entre o sacrifício e a ambição, entre os impulsos do coração e a lógica estratégica.
Carson já declarou publicamente o quanto este papel é significativo para ela: como atriz e produtora latina, viu em Meu Ano em Oxford uma oportunidade de contar uma história de amor e ambição sob uma ótica raramente explorada no mainstream romântico. “Anna representa tantas mulheres que conheço — brilhantes, determinadas, mas frequentemente obrigadas a escolher entre um sonho e outro”, disse em entrevista à Vanity Fair.

Contracenando com ela está Corey Mylchreest, o astro britânico em ascensão que conquistou atenção do público ao interpretar o jovem Rei George em Queen Charlotte: A Bridgerton Story.
Neste filme, Mylchreest entrega uma performance delicada e multifacetada como Jamie Davenport — um personagem carismático cuja energia é atravessada por uma tristeza silenciosa. Ele consegue transmitir tanto o frescor de um amor recém-descoberto quanto o peso de saber que esse amor tem prazo de validade.
O elenco de apoio contribui com textura e humanidade:
- Dougray Scott e Catherine McCormack vivem os pais de Jamie, retratando com sutileza a dor contida de quem acompanha a doença de um filho.
- Harry Trevaldwyn interpreta o colega de quarto de Anna — espirituoso, protetor e um alívio cômico importante.
- Completam o elenco Esmé Kingdom, Poppy Gilbert, Nikhil Parmar e Hugh Coles, que enriquecem o ambiente acadêmico com uma combinação de excentricidade e leveza emocional.
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Do livro à adaptação da Netflix, com surpresas
Curiosamente, Meu Ano em Oxford nasceu primeiro como um roteiro, e não como um romance. Julia Whelan coescreveu a história anos antes de transformá-la em um livro, que viria a se tornar best-seller.
Lançado em 2018, o romance conquistou leitores por unir densidade emocional com atmosfera literária envolvente. Agora, em um círculo completo, a história retorna ao formato original — desta vez, alcançando uma audiência global pela Netflix.
A direção é de Iain Morris, conhecido por comédias britânicas irreverentes como The Inbetweeners. Aqui, porém, Morris opta por um tom mais sutil e poético, apresentando Oxford sob uma luz âmbar, com passeios na chuva e pátios cobertos de hera.
O roteiro, assinado por Allison Burnett e Melissa Osborne, respeita a espinha dorsal emocional do livro de Whelan, ao mesmo tempo em que adapta o ritmo e a estrutura narrativa para o público contemporâneo de streaming.
Meu Ano em Oxford é baseado em uma história real?
Não exatamente — o filme não é baseado em uma história real, mas é fortemente inspirado em vivências autênticas.
Julia Whelan, a autora, foi bolsista Rhodes em Oxford, e sua descrição da vida universitária, das diferenças culturais e das pressões internas carrega um realismo palpável. Jamie Davenport é um personagem fictício, mas os dilemas emocionais da trama — entre planejamento e presença — refletem experiências reais.
Temas como doença terminal e amor na juventude já foram abordados em filmes como Como Eu Era Antes de Você (Me Before You) e A Culpa é das Estrelas (The Fault in Our Stars), mas Meu Ano em Oxford se destaca pelo tom: menos centrado na salvação de um pelo outro, mais focado em reconhecer e testemunhar quem o outro é — mesmo com o tempo limitado.

O que diferencia Meu Ano em Oxford de outros romances da Netflix
Não é apenas o cenário — embora a arquitetura de Oxford e sua atmosfera melancólica acrescentem uma estética visual memorável.
O diferencial está na disposição do filme de encarar verdades desconfortáveis. Não há milagre de última hora, nem correria para o aeroporto, nem finais apressados ou soluções mágicas. Em vez disso, o que vemos é raro no gênero: uma história de amor que não promete um “para sempre”, mas que valoriza o agora.
Em muitos sentidos, o arco de Anna não gira em torno de escolher Jamie em detrimento de sua carreira, e sim em redefinir o que significa vencer.
Aceitar a incerteza. Apreciar a beleza mesmo quando é fugaz. Lamentar o que mal se teve tempo de provar.
Meu Ano em Oxford pode começar com a estrutura conhecida das comédias românticas, mas rapidamente se revela como algo mais denso — e mais devastador.
Com atuações sinceras e envolventes de Sofia Carson e Corey Mylchreest, e um roteiro que se atreve a explorar o amor à luz da mortalidade, este lançamento da Netflix promete se destacar entre as produções mais convencionais do gênero.
Não é uma história sobre encontrar o “amor da sua vida” para sempre. É sobre encontrar aquela pessoa que muda a sua vida — ainda que só por um instante.
Meu Ano em Oxford estreia globalmente na Netflix em 1º de agosto de 2025.
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