John Galliano ganha aplausos (merecidos) pelo début na Maison Margiela

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A segunda-feira foi de notícias fashion (Frida já fora da Gucci, Cathy Horyn de volta à crítica no The Cut) e de ressaca do Globo de Ouro 2015, mas o que agitou qualquer timeline de rede social atenta à moda foi a estreia de John Galliano no comando da Maison Martin Margiela. Em uma data fora da semana de couture de Paris, Renzo Rosso, dono do grupo que detém a MMM, levou a grife e seus convidados a Londres para o incensado retorno de um dos nomes mais criativos da moda (e protagonista de um de seus maiores incidentes recentes).

Começar com uma apresentação da linha de alta-costura da marca, a Artisanal, foi uma escolha acertada; o senso era de que ele não estava apenas de volta a uma grande marca, mas de volta à efervescência criativa do início de sua carreira. Todo mundo que estava lá twittou e instagramou (loucamente); quem estava fora, não deixou de dar o regram. Comentários vão ganhando todos os sites de publicações, então ainda há tempo para digerir os looks desconstruídos e o make lindo de Pat McGrath, os recortes de peças de época (como se ele dissecasse o leque de referências históricas que tinha na Dior) e decifrar o que será traduzido em roupa de arara (além de pensar no que tudo tem a ver com o vestido usado por Anna Wintour no primeiro preview da novidade). Uma brincadeira que saiu assim que as primeiras imagens do vestido final ganharam a rede foi colocar a nova máscara da Margiela sobreposta a uma foto de Kanye West — até viral a coleção virou.

Pra mim, uma das imagens legais (tem várias outras) foi o cocar do segundo look. Parece apenas loucurinha de styling, mas dá pra linkar com uma das primeiras apoiadoras de Galliano após os graves insultos antisemitas que disparou: Kate Moss, presente com o marido no desfile de estreia — foi ele quem assinou o vestido de casamento da modelo, meses depois de ser demitido da Dior. O cocar era muito parecido com o que ela usou em sua primeira capa de projeção, da revista The Face, fotografada por Corinne Day. Funciona como uma pequena homenagem à top que não lhe virou as costas quando a carreira do estilista ruiu. Ambos os registros estão aqui, junto com alguns dos meus looks favoritos — as entradas finais foram de fazer o coração parar de bater um pouquinho. Meu pitaco é: ponto para a Margiela (e para Renzo Rosso), já que a grife vinha se arrastando sem imagens tão fortes desde a saída do fundador, imagens estas que a gente estava precisando ver mais. Quão legal foi ver o clique dele na vibe cientista maluco, de jaleco como manda a casa, no final do desfile? Bom também para lembrar do talento de Galliano, agora em ação numa casa famosa por sua subversão. Essa é só a primeira; não há dúvidas de que a segunda coleção promete ser ainda melhor.

Dois updates (12.01): a grife mudou de nome em sua nova fase, passa a ser Maison Margiela; a coleção masculina que desfila na próxima semana ainda não teve a mão de Galliano.

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