Dossiê Jaime King, dos backstages para o tapete vermelho

Looks bons para atrizes não faltam, ainda mais quando se conta com o trabalho árduo de um bom stylist. Mesmo assim, quem acompanha as starlets que aparecem sempre bem-intencionadas a cada tapete vermelho sente a diferença que existe entre looks de nomes apenas montados versus produções de donas de estilo legítimo ou que trazem pontos extras de proximidade com a moda.

Pesquisando sobre fator fashion da atriz Jaime King depois de uma sucessão de looks bons, acabei surpreendido pela riqueza de seu passado. E não só pelos cliques de red carpet, mas também pelas imagens incríveis de sua carreira como modelo no fim da década de 90. Já que, então, a história tem um pouco mais de verdade, a brincadeira de investigar os detalhes de sua persona pública fica ainda mais divertida.


De Emilio Pucci no Guy’s Choice Awards, em maio deste ano, e de Calvin Klein Collection no CFDA Awards 2014

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Do Nebraska, Jaime (ou James, como usava na época, já que sua agência já possuía uma cliente com o memo nome) despontou para as passarelas europeias quando chegou aos 16 anos, depois de ser descoberta por um booker num shopping dois anos antes. Em sua primeira temporada de desfiles em Paris, a new-face promissora da hora ganhou projeção nos Estados Unidos com um perfil extenso, e controverso, na revista do The New YorkTimes.

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Na capa da revista do The New York Times, em 1996

At 16, a model’s life” abriaentre cliques registrados por Nan Goldin, os bastidores nada glamorosos do dia-a-dia de modelos ainda não-consagradas em tempos pré-“internet fashion” — havia ali uma vontade das boas de denunciar as desventuras sofridas por essas jovens desgarradas de suas famílias (e de suas juventudes) e alçadas ao mundo fashion, cheio de valores desvirtuados e influências nocivas sobre jovens ainda em formação (parece familiar?).

O vício em heroína e o relacionamento com Davide Sorrenti (fotógrafo como o irmão Mario, que faleceu por complicações decorrentes de seu vício) disputavam espaço na agenda corrida de King, recheada de editoriais para revistas como VogueElle e Harper’s Bazaar e uma temporada como co-host do programa House of Style, maior janela da moda na programação da MTV norte-americana.

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Na capa de impacto de um especial de beleza de uma Vogue internacional e na passarela do irônico desfile de verão 1998 de Alexander McQueen, o mesmo que revelaria Gisele para as passarelas fashion internacionais

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Depois de uma parada na reabilitação aos 19 anos, o crossover para a carreira no cinema ganhou seu pontapé inicial. O primeiro longa,  Acampamento Muito Louco, estrelado por Brad Renfro (muso teen de morte prematura), foi rodado em 1999 e teve premiére dois anos depois no Festival de Sundance. Daí, as câmeras da moda foram trocadas efetivamente pelas 35mm dos filmes, com personagens coadjuvantes em Blow, estrelado por Johnny Depp, e Pearl Harbor, além de sua atuação como uma d’As Branquelas originais (e não suas versões interraciais) na comédia de 2004.

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Dois editoriais lindos estrelados por Jamie, em versão platinum e encarnando uma legítima weather girl, veja mais cliques na galeria

O título que lhe daria maior projeção nas telas e no tapete vermelho veio no ano seguinte, com a participação em dose dupla em Sin City, encarnando duas prostitutas gêmeas. A dobradinha volta ao cinema neste ano na sequência do longa, Sin City: A Dama Fatal, o que deve garantir uma temporada de looks de alto potencial fashionista durante a turnê promocional — o filme estreia em agosto. Além da carreira nas telonas, ela ainda é parte do elenco da série de televisão Hart of Dixie e conta também em seu currículo com uma participação no clipe de Summertime Sadness, como a parceira de Lana Del Rey.


De Katie Ermilio em versão moderna e de Topshop punk no gala do MET de 2013

O corpo e a vivência como modelo só ajuda o estilo eclético de Jaime. Ela aproveita a proximidade com labels famosas para seguir o caminho de “fashionista, sim”, com um closet público que mistura longos refinados, vestidos minimalistas, prints de alta saturação e etiquetas que levam tanto nomes tradicionais — Calvin Klein e Valentino são duas das marcas favoritas — quanto assinaturas de talentos mais recentes, como Jason Wu e Peter Pilotto. Quando é hora de ousadia, as apostas não tão certeiras acabam correspondidas perfeitamente pela silhueta slim, a inteligência de estilo e a persona “amo moda”, tão importante para uma atriz hoje em dia. Se uma de suas aparições mais recentes serve como pista, a sequência de looks para as premiéres do novo Sin City promete ganhar tom mais sexy, como o pretinho de detalhes metálicos da Emilio Pucci que King levou a uma premiação de público masculino. Vale acompanhar. Nas galerias, um pouco do arquivo da faceta modelo e os cliques das produções mais-mais de Jaime King (até agora).

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Versão fashionista de Peter Pilotto e, à direita, com longo Valentino

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