carta da editora: dasha zhukova na pop

Só a pouco tempo consegui terminar de ver e rever a nova Pop, inaugurando a fase liderada pela Dasha Zhukova, uma “agitadora cultural” russa que ganhou projeção por iniciativas nas artes (se não me engano ela ficou reconhecida por inaugurar uma galeria pra frentex em Moscou).

A diferença no primeiro exemplar sob sua batuta é clara: as montagens divertidas de acessórios foram com Katie Grand para a Love e deram lugar a entrevistas e textos mais longos, cabeçudos, editoriais menos irreverentes (mas tão ótimos quanto) e uma liberdade maior na brincadeira com o formato da revista, desarrumando a ordem das seções e em inserts com diferentes tipos e tamanhos de papel (tem um que brinca com a imagem de cortinas que é genial!).

Tudo pra comentar que voltei a ler a carta de Zhukova e achei tão boa de novo que quis botar aqui pra ajudar na discussão dos blogueiros de moda (Tavi é uma das capas) e em como ela vê o auxílio da internet na democratização da informação e do pensamento de moda. Vale pra pensar junto com a mesa “Crítica da crítica” que rolou nos debates desta edição da Casa de Criadores, assista aqui.

Traduzi a carta da Dasha:

Hoje mais cedo eu estava navegando novamente pelo maravilhoso (e muito bem visitado) blog de nossa garota da capa Tavi quando fui pensei em como nosso vasto mundo se tornou pequeno. O que estava ao alcance de apenas poucos privilegiados agora é acessível a todos. A moda se tornou efetivamente universal através da internet por seu caráter aparentemente infinito, como percebemos pela enorma variedade de roupas à venda, sejam alta-costura, vintage, de brechós a imitqções do alto luxo.

Enquanto as grandes grifes ainda seguem se renovando e inovando, elas não são as únicas peças desse jogo, assim como as mesmas cinco revistas de moda não decretam mais o estilo de hoje. Inúmeras publicações são voltadas à moda e à cultura e, ainda mais animador é a grande quantidade de blogs de DIY de moda pela rede. Ao invés de termos apenas poucas perspectivas agora somos expostos a milhares, e a honestidade e inspiração que vem com isso é incrível. Alguns podem dizer que isto representa a diluição da moda, que ela está se tornando comum e com isso a qualidade diminui. Eu não poderia discordar mais. O que está acontecendo representa uma nova era, menos rígida e mais fluida que nunca, onde garotas de Chicago, editores de moda em Paris, fotógrafos de estilo de rua em Berlim e blogueiros pelo mundo se combinam virtualmente e redefinem o cenário da moda.

Eu acredito que seguir no caminho antigo não é mais produtivo; nós estamos em um ponto de virada muito animador onde as possibilidades e o potencial para a criatividade e para verdade são impressionantes. É a partir deste momento que lançamos a nova Pop.

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