De pizzas a um divórcio, relembre o que o Bitcoin já comprou ao longo dos anos

Histórias curiosas com Bitcoin, das pizzas a perdas bilionárias em aterro sanitário

O Bitcoin, lançado em 2009 por Satoshi Nakamoto, nasceu como uma resposta descentralizada à crise financeira, mas rapidamente se transformou em muito mais do que uma moeda digital: um fenômeno cultural que gerou histórias tão fascinantes quanto bizarras.

De compras triviais que viraram lendas a experimentos sociais que desafiaram a lógica, o Bitcoin é palco para a criatividade, ousadia e, muitas vezes, o erro humano em criptomoeda (rs).

Aqui, vamos relembrar alguns dos usos mais curiosos e inusitados do Bitcoin, com base em registros na blockchain, reportagens e relatos tornados públicos. Prepare-se para uma viagem pelo lado mais absurdo da criptomoeda mais famosa do mundo…

Duas pizzas hoje bilionárias

Em 22 de maio de 2010, o programador Laszlo Hanyecz postou no fórum Bitcointalk uma oferta aparentemente trivial:

“Pago 10.000 BTC por duas pizzas”.

Na época, o Bitcoin valia frações de centavo, e a proposta parecia uma brincadeira entre entusiastas.

Jeremy Sturdivant, conhecido como jercos, aceitou o desafio, encomendou duas pizzas do Papa John’s por US$ 25 e recebeu os 10.000 BTC, então equivalentes a US$ 41.

Essa transação, hoje celebrada como o “Bitcoin Pizza Day”, foi a primeira compra registrada com Bitcoin no mundo real.

Em 2025, com o Bitcoin acima de US$ 100.000, essas pizzas valeriam mais de US$ 1 bilhão. Hanyecz, em entrevistas, riu do episódio: “Eu só queria mostrar que o Bitcoin podia ser usado como dinheiro”. A história tornou-se um marco icônico, simbolizando tanto a promessa quanto a imprevisibilidade do Bitcoin.

Salário de polícia na conta digital

Em 2013, Tony Vauhn, um policial de Somerset, Kentucky, fez história ao se tornar o primeiro funcionário público dos Estados Unidos a receber parte de seu salário em Bitcoin.

Convertendo cerca de US$ 800 mensais em BTC, quando a criptomoeda valia aproximadamente US$ 200, Vauhn usava os fundos para pagar contas e fazer doações a caridades locais.

Sua decisão, inicialmente vista como excêntrica por colegas, provou-se visionária: em 2025, seus Bitcoins acumulados valem milhões. Vauhn, entrevistado por jornais locais, disse que acreditava no potencial do Bitcoin como “o futuro das finanças”. Essa história irreverente mostra como o Bitcoin pode transformar até um emprego tradicional em um experimento financeiro de vanguarda.

Partilha de divórcio em criptomoedas

Em 2012, um casal de Nova Jersey protagonizou um divórcio que entrou para os anais do Bitcoin.

O marido, um minerador precoce, acumulou 4.000 BTC entre 2009 e 2011, quando a criptomoeda valia quase nada. Durante o processo de divórcio, o juiz determinou a divisão dos ativos, incluindo os 4.000 BTC, então avaliados em US$ 120.000.

A esposa, inicialmente relutante, aceitou sua metade. Em 2025, cada parte (2.000 BTC) vale cerca de US$ 200 milhões.

O caso, discutido em fóruns jurídicos, expôs o desafio de classificar o Bitcoin: era propriedade, moeda ou um ativo volátil? A história é um exemplo de como o Bitcoin pode transformar até um divórcio em uma montanha-russa financeira.

Tesouro em Bitcoin num aterro sanitário

James Howell, homem que busca fortuna em bitcoin em aterro sanitário

James Howells, um engenheiro de TI de Newport, País de Gales, minerou 8.000 BTC em 2009, quando o Bitcoin era apenas um experimento geek. Em 2013, sem perceber o potencial, ele jogou fora um disco rígido contendo as chaves privadas de sua carteira.

Quando o Bitcoin disparou, Howells percebeu que o HD, perdido em um aterro sanitário, guardava o equivalente a US$ 560 milhões em 2025. Ele tentou convencer o conselho local a permitir uma escavação, oferecendo 10% do valor como recompensa.

Até hoje, a saga continua, com processos judiciais e tentativas frustradas, tornando-se um símbolo das fortunas perdidas na blockchain. A história de Howells é um alerta tragicômico sobre backups e a volatilidade do Bitcoin.

A volta ao mundo em criptomoeda

Em 2013, Austin e Beccy Craig, um casal de Utah, decidiram viver 90 dias usando apenas Bitcoin para todas as suas despesas: comida, transporte, hospedagem. O experimento, documentado no filme Life on Bitcoin, levou-os a cidades como Estocolmo, Berlim e Cingapura.

Eles enfrentaram situações cômicas, como convencer taxistas a aceitar QR codes em ruas escuras e lidar com caixas eletrônicos BTC que travavam. Em uma cena marcante, pagaram um café em Berlim com 0,01 BTC – hoje, cerca de US$ 1.000.

A jornada provou que o Bitcoin podia funcionar como moeda, mas também destacou sua imaturidade, com poucos comerciantes aceitando-o. A irreverência está na ousadia de transformar uma criptomoeda volátil em um estilo de vida.

Bitcoin por frango frito

Em 2017, durante o pico do Bitcoin (US$ 20.000), a KFC Canadá lançou uma promoção inusitada: o “Bitcoin Bucket”, um balde de frango frito por 0,20 BTC, equivalente a US$ 20 na época.

Anunciada no Twitter, a campanha esgotou em minutos, com clientes correndo para pagar com cripto. No entanto, o congestionamento na blockchain causou atrasos nas transações, gerando memes e reclamações bem-humoradas.

Hoje, aquele balde valeria cerca de US$ 20.000, uma ironia que resume a loucura especulativa de 2017.

Criptomoeda nacional

Em 2021, El Salvador, sob o comando do presidente Nayib Bukele, tornou-se o primeiro país a adotar o Bitcoin como moeda legal. A decisão gerou histórias curiosas: vendedores de rua aceitando satoshis (frações de BTC) para pupusas, e turistas pagando hotéis com carteiras digitais.

O ápice da irreverência foi o “Bitcoin Volcano Bond”, um plano de US$ 1 bilhão para emitir títulos lastreados em energia vulcânica para minerar BTC. Bukele, ativo no X, respondeu às críticas com memes de vulcões cuspindo moedas digitais.

Apesar dos desafios – 50% dos salvadorenhos não usavam a carteira Chivo, segundo a Reuters –, a iniciativa transformou o país em um laboratório cripto, misturando política, tecnologia e risco para seus moradores.

Adote um bitpet

Em 2023, um zoológico na Tailândia anunciou que aceitaria Bitcoin para “adotar” animais, uma campanha para financiar cuidados com a fauna. Um usuário anônimo, conforme relatado em threads no X (@cryptozoo_th), pagou 1 BTC – cerca de US$ 30.000 na época – para “patrocinar” um elefante, ganhando uma placa com seu nome no cercado.

A transação, confirmada na blockchain, virou notícia local e um exemplo extremo de como o Bitcoin pode financiar causas inusitadas. Em 2025, aquele 1 BTC vale mais de US$ 100.000, tornando o elefante um dos mais “caros” do mundo. A história combina filantropia com a extravagância típica da comunidade cripto.

Essas histórias – da pizza bilionária ao elefante cripto – mostram que o Bitcoin é mais que uma moeda; é um reflexo da criatividade, da ousadia e dos erros humanos. Cada caso, verificado em fontes confiáveis como CoinDesk, BBC e registros na blockchain, ilustra como o BTC desafia convenções, infiltrando-se em finanças, cultura pop e até zoológicos.

Com o Bitcoin acima de US$ 100.000 em 2025 e adoção crescente (ETFs, mais países testando), o futuro promete ainda mais episódios irreverentes.

Qual dessas histórias te surpreendeu mais?

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