A Morte Lhe Cai Bem entrega um segredo da beleza eterna que você nunca imaginou; relembre filme
O que você faria por juventude eterna? Em A Morte Lhe Cai Bem (Death Becomes Her), lançado em 1992, duas rivais obcecadas por beleza — interpretadas por Meryl Streep e Goldie Hawn — descobrem que a resposta pode ser mais sombria, hilária e grotesca do que qualquer creme antirrugas.
Dirigido por Robert Zemeckis, esse clássico cult mistura comédia negra, terror leve e efeitos visuais revolucionários para contar uma história sobre vaidade, vingança e o preço de desafiar a morte. Imagine um conto de fadas distorcido onde o “felizes para sempre” vem com buracos de bala e pescoços quebrados.
O filme é uma pérola dos anos 1990 que equilibra humor ácido com uma crítica mordaz à busca pela perfeição. Meryl Streep brilha como uma diva decadente, Goldie Hawn rouba a cena como sua inimiga jurada, e Bruce Willis surpreende como o homem pego no meio desse caos imortal.
Com um visual que mistura glamour e gore, A Morte Lhe Cai Bem é uma experiência única que desafia convenções e ainda provoca risadas — e arrepios — décadas depois. Se você gosta de histórias que misturam o bizarro com o brilhante, esse é um convite para descobrir um segredo que Hollywood guardou por anos.
Na sequência, a gente destrincha cada pedaço dessa obra macabramente divertida: desde a trama cheia de reviravoltas até os bastidores geniais, passando pelo elenco estelar, o final inesquecível (com spoilers!), e a mensagem que te faz repensar o espelho.
O que acontece no filme A Morte Lhe Cai Bem
A Morte Lhe Cai Bem nos apresenta Madeline Ashton (Meryl Streep), uma atriz de meia-idade cuja carreira e beleza estão em declínio. Sua vida vira de cabeça para baixo quando sua antiga amiga — e eterna rival — Helen Sharp (Goldie Hawn) reaparece, agora deslumbrante e planejando roubar Ernest Menville (Bruce Willis), o noivo de Madeline e cirurgião plástico. O que começa como uma disputa mesquinha de ciúmes e inveja escala para o absurdo quando Madeline, desesperada para recuperar sua juventude, aceita uma poção mágica de Lisle Von Rhuman (Isabella Rossellini), uma misteriosa femme fatale que promete beleza eterna — com um preço que ela não imagina.
A trama dá uma guinada quando Helen também bebe da poção, revelando que sua transformação não foi natural. Após uma briga hilária e violenta, Madeline empurra Helen escada abaixo, quebrando seu pescoço, só para descobrir que ela não morre — assim como Madeline, que logo leva um tiro de espingarda de Ernest e continua viva, com um buraco no peito. As duas se tornam “mortas-vivas”, presas em corpos que não envelhecem, mas desmoronam sem manutenção constante. Ernest, horrorizado, é arrastado para o papel de restaurador eterno, usando suas habilidades de cirurgião para consertar as rivais enquanto tenta escapar desse pesadelo.

O filme é uma sátira deliciosa sobre vaidade e rivalidade, com um toque de horror cômico que só Zemeckis poderia executar. Enquanto Madeline e Helen lutam entre si — e contra a deterioração física —, a história nos leva a um clímax que mistura efeitos especiais inovadores com diálogos afiados. É uma fábula moderna sobre o custo de querer tudo, embalada em um pacote de risadas e grotesco que não deixa ninguém indiferente.
5 curiosidades de bastidores do filme
- Efeitos pioneiros: Foi um dos primeiros filmes a usar CGI extensivamente, ganhando o Oscar de Melhores Efeitos Visuais em 1993 por cenas como o buraco no corpo de Madeline.
- Final alternativo: A versão original terminava com Ernest escapando para uma vida feliz, mas testes com o público levaram a um desfecho mais sombrio e irônico.
- Inspiração em Hollywood: O roteiro de Martin Donovan e David Koepp satiriza a obsessão da indústria cinematográfica com juventude, ecoando casos reais de rivalidades entre estrelas.
- Meryl quase recusou: Streep inicialmente hesitou, temendo que o papel fosse “muito bobo”, mas Zemeckis a convenceu com a promessa de liberdade cômica.
- Cenário icônico: A mansão de Lisle foi filmada na Greystone Mansion, em Beverly Hills, um local famoso por outros clássicos como O Grande Gatsby.
Quem é quem no elenco do filme
Meryl Streep como Madeline Ashton: Streep se joga na comédia como a atriz vaidosa e histérica, mostrando um lado debochado que surpreende quem só a conhece por dramas sérios.
Goldie Hawn como Helen Sharp: Hawn brilha como a vingativa Helen, trazendo humor negro e uma energia feroz que combina perfeitamente com Streep.
Bruce Willis como Ernest Menville: Willis troca o heroísmo de Duro de Matar por um cirurgião tímido e atrapalhado, entregando uma performance cômica inesperada e adorável.
Isabella Rossellini como Lisle Von Rhuman: A misteriosa vendedora da poção é vivida por Rossellini com um charme sedutor e enigmático que rouba cada cena.
Sydney Pollack como o médico: Em uma participação especial, Pollack aparece como um doutor confuso diante do “cadáver” vivo de Madeline.
Qual foi a inspiração para o filme A Morte Lhe Cai Bem
A Morte Lhe Cai Bem está longe de ser baseado em uma história real per se, é uma fantasia satírica nascida da imaginação dos roteiristas Martin Donovan e David Koepp. A premissa de uma poção que concede juventude eterna ecoa mitos antigos, como a Fonte da Juventude ou o Elixir da Vida, mas aqui é usada para fins cômicos e críticos, não históricos, mas o filme reflete uma verdade cultural: a pressão insana pela beleza e juventude na indústria do entretenimento.
A inspiração vem mais de lendas urbanas e da própria Hollywood do que de fatos concretos. Há ecos de rivalidades reais, como entre Joan Crawford e Bette Davis, mas exageradas ao extremo com elementos sobrenaturais. A mansão de Lisle e os exageros visuais são puro cinema, criados para amplificar a sátira sobre a obsessão estética que, de certa forma, é bem real — pense nas cirurgias plásticas e na cultura anti-idade que dominam até hoje.
Portanto, o filme é ficção pura, mas com um pé na realidade psicológica. Ele usa o absurdo para espelhar a vaidade humana, tornando-se uma parábola atemporal sobre o que acontece quando queremos enganar o tempo — algo que, infelizmente ou felizmente, nenhum de nós pode fazer.
Onde assistir ao filme A Morte Lhe Cai Bem
O filme vai ao ar na televisão a cabo na noite desta quinta-feira (27/3), no canal Telecine Cult.
Em streaming, você pode assistir ao filme A Morte Lhe Cai Bem online nos catálogos do Globoplay (com plano Telecine) e também de locação na Apple TV.
Como é o final de A Morte Lhe Cai Bem: alerta spoilers!
O clímax de A Morte Lhe Cai Bem é tão bizarro quanto brilhante. Após anos consertando os corpos decadentes de Madeline e Helen, Ernest finalmente toma coragem para fugir. Ele rejeita a oferta de Lisle de beber a poção e viver para sempre, escolhendo envelhecer naturalmente. As duas rivais, agora dependentes uma da outra para manutenção física, tentam impedi-lo, mas Ernest escapa em uma cena caótica envolvendo uma festa cheia de imortais — todos clientes de Lisle, escondendo seus corpos em decomposição sob maquiagem perfeita.
O tempo avança 37 anos, e vemos Madeline e Helen, agora grotescas caricaturas de si mesmas, assistindo ao funeral de Ernest. Ele morreu velho, mas feliz, deixando um legado de família e amor, enquanto elas continuam presas em sua imortalidade amaldiçoada. O golpe final vem quando, ao saírem da igreja, discutem e caem escada abaixo. Seus corpos se despedaçam em pedaços — cabeças rolando, membros se soltando —, mas elas seguem falando, presas para sempre em uma rivalidade ridícula. A última imagem é a cabeça de Helen zombando de Madeline, enquanto pedaços pintados rolam pela rua.

O final é uma mistura perfeita de humor negro e ironia. Enquanto Ernest encontra paz na mortalidade, Madeline e Helen pagam o preço de sua vaidade com uma eternidade de decadência. É um desfecho que ri da obsessão pela juventude e celebra a beleza de uma vida bem vivida, mesmo que curta.
A mensagem de A Morte Lhe Cai Bem é um tapa na cara da vaidade: a busca pela perfeição eterna é uma armadilha que nos rouba a humanidade. Madeline e Helen nos mostram que a obsessão por beleza e juventude não traz felicidade, mas uma prisão grotesca onde a superfície importa mais do que o coração. É uma crítica afiada à cultura que idolatra a aparência, mas embrulhada em risadas e exageros que tornam a lição divertida em vez de pesada.
O contraste com Ernest é o coração da história. Ele escolhe a mortalidade — com rugas, perdas e amor verdadeiro — e encontra um final pleno, enquanto as protagonistas ficam presas em um ciclo de inveja e deterioração. Isso nos lembra que a vida é preciosa justamente por ser finita, e que a verdadeira beleza está em aceitar o tempo, não em lutar contra ele. É uma mensagem que ressoa ainda mais hoje, em um mundo de filtros e cirurgias.
Por fim, o filme nos convida a rir de nós mesmos e de nossas próprias vaidades. Com humor e um toque macabro, ele sugere que a eternidade não vale a pena se for vazia — melhor viver plenamente, falhas e tudo, do que se agarrar a uma ilusão de perfeição. É uma lição que nos faz olhar no espelho com um sorriso esperto, sabendo que o envelhecimento é, afinal, um privilégio.
A Morte Lhe Cai Bem teve uma recepção inicial morna, mas cresceu como um clássico cult. Na estreia, em 1992, o Rotten Tomatoes registra 55% de aprovação da crítica, com um consenso que o chama de “uma sátira irregular, mas visualmente impressionante”. O New York Times elogiou os efeitos e as atuações de Streep e Hawn, mas muitos acharam o tom “desequilibrado” entre comédia e horror. No IMDb, a nota é 6,6/10, refletindo uma aceitação sólida, mas não unânime.
O público, porém, abraçou o filme com mais calor ao longo do tempo. Com uma bilheteria de 149 milhões de dólares contra um orçamento de 55 milhões, foi um sucesso comercial moderado na época. Hoje, fãs no X e em fóruns o celebram como “hilário e subestimado”, adorando as performances exageradas e o humor negro. A cena final de Madeline e Helen se despedaçando virou meme, e o filme ganhou nova vida em plataformas de streaming, especialmente entre quem aprecia seu charme excêntrico.

A vitória no Oscar de Efeitos Visuais solidificou seu legado técnico, e o status de cult veio da redescoberta por gerações mais jovens, que veem nele uma crítica atemporal à cultura da beleza. A Morte Lhe Cai Bem não bombou de imediato, mas seu brilho macabro conquistou um lugar eterno — ironicamente, como suas protagonistas.
Obras que já referenciaram A Morte lhe Cai Bem ao longo dos anos
Sabrina Carpenter – Videoclipe de “Taste” (2024)
O videoclipe de “Taste”, do álbum Short n’ Sweet, lançado em agosto de 2024, é uma homenagem direta ao filme. Sabrina Carpenter e Jenna Ortega recriam a rivalidade sangrenta entre duas mulheres disputando um homem, com cenas que ecoam as lutas físicas e o humor negro de Madeline (Meryl Streep) e Helen (Goldie Hawn). A referência explícita ao filme impulsionou as buscas por A Morte Lhe Cai Bem no Google Trends, atingindo o pico mais alto em 32 anos, segundo a Folha de S.Paulo.
RuPaul’s Drag Race – Episódios e Looks Inspirados (Várias Temporadas)
O filme é um favorito na cultura drag, especialmente por seu camp exagerado e crítica à vaidade. Em várias temporadas de RuPaul’s Drag Race, drags como Alaska Thunderfuck e Katya citaram o filme como inspiração. No desafio “Snatch Game”, por exemplo, personagens over-the-top remetem ao estilo de Madeline Ashton, enquanto looks de passarela já brincaram com a ideia de “imortalidade grotesca”, como pescoços quebrados e corpos despedaçados.
The Simpsons – “Treehouse of Horror XXIV” (2013)
No segmento “Oh, the Places You’ll D’oh!” do especial de Halloween, Os Simpsons parodia vários clássicos, e há um momento em que Marge aparece com o pescoço torcido de forma cômica, evocando a icônica cena de Helen Sharp após sua “morte”. A série adora referenciar filmes cults dos anos 90, e esse é um dos acenos sutis a A Morte Lhe Cai Bem.
American Horror Story: Coven (2013)
A terceira temporada de American Horror Story, Coven, explora temas de imortalidade e rivalidades femininas com um toque de humor negro, reminiscentes do filme. A personagem de Jessica Lange, Fiona Goode, busca desesperadamente juventude eterna, enquanto a dinâmica com Madison Montgomery (Emma Roberts) reflete a inveja de Madeline e Helen. Ryan Murphy, criador da série, já citou o filme como uma influência em seu gosto por misturar horror e sátira.
Kylie Minogue – “Can’t Get You Out of My Head” (2001)
O videoclipe de Kylie tem uma vibe futurista e glamourosa que alguns fãs conectam à personagem de Isabella Rossellini, Lisle Von Rhuman. A ideia de uma figura sensual e misteriosa controlando a narrativa da juventude eterna ecoa sutilmente a poção mágica do filme, com um toque de exagero camp que A Morte Lhe Cai Bem ajudou a popularizar.
Hocus Pocus (1993)
Lançado um ano após A Morte Lhe Cai Bem, Abracadabra (Hocus Pocus) compartilha DNA temático: mulheres usando magia para se manter jovens, com um tom cômico e exagerado. Embora não seja uma homenagem direta, críticos e fãs apontam que o sucesso de Zemeckis pode ter pavimentado o caminho para esse tipo de comédia sobrenatural, com as bruxas Sanderson refletindo um eco das protagonistas imortais.
Death Becomes Her: The Musical (2024)
Em 2024, o filme ganhou uma adaptação oficial para musical nos palcos de Chicago, com planos de chegar à Broadway. Estrelado por Megan Hilty como Madeline e Jennifer Simard como Helen, o espetáculo mantém o humor negro e os efeitos visuais, provando a durabilidade do legado do filme na cultura pop e sua influência em novas gerações de artistas teatrais.
Sucesso viral em posts e memes nas redes sociais
A cena final de Madeline e Helen se despedaçando virou um meme recorrente no X e no TikTok, usado para ilustrar rivalidades exageradas ou o fracasso de planos vaidosos. Frases como “Forever Young” ou “I’ve got a hole in me!” são citadas em contextos humorísticos, mantendo o filme vivo na cultura digital.