Vale sempre reapresentar o VFiles pelo caráter case de sucesso: primeiro, uma comunidade online onde fãs de moda compartilhavam fotos. Depois, diferentes incursões sobrepostas: plataforma de conteúdo, radar de novos talentos, e-commerce, pop-ups físicas, marca própria.
Além do olhar afiado para novidades de streetwear, o hiphop e suas variações também é peça-chave e influência recorrente para começar dar conta do senso de séquito que acompanha a empreitada. A faceta mais recente, em sua décima edição, é o desfile coletivo organizado sempre no dia 0 de cada semana de moda de Nova York.
Na noite de quarta-feira (05.09), quatro finalistas estrearam na nova edição do evento acompanhados por novidade extra: ingressos de graça oferecidos ao público que ocupou as arquibancadas do Barclays Center, estádio multiuso no Brooklyn, para a apresentação de moda, música e performers.
As neomarcas que cruzam a passarela contam tradicionalmente com diferentes backgrounds, mas são sempre unidas pelo desejo de expor pontos de vista de impacto alinhados com tino comercial da moda de rua. Desafio às convenções restritivas da moda é requisito obrigatório!
Caso das construções de inspiração industrial que sustentam tecidos através de armações de vestir de Elena Velez, que abriu o show. Na sequência, um olhar atualizado sobre a cultura chinesa, tipo tradição vs. modernidade, de pegada vibrante e multicolorida sob o comando da dupla Wang Wei e Shi Tian da Markknull – atenção à divertida modelagem dos jeans!
Também da China, mas com escala na Royal Academy of Fine Arts da Antuérpia, Shuting Qiu estreou na passarela com batalha de brocados, estampas e padronagens em looks tipo simbiose têxtil de volume máximo. Graduado na mesma escola, Sensen Lii brincou com estereótipos masculinos ao confrontar masculinidade caricata de lutadores com vestidos e jaquetas gigantes de tule em tons fluo que acenderam a passagem de sua Windowsen.
Por último, a estreia da etiqueta Yellow Label da VFiles sob supervisão criativa de Paul Cupo (ex-Hood By Air) com uniformes tão acesos quanto a entrada final surpresa da rapper Lil’ Kim em sua melhor versão após o hiato (o que significa muito!).
Este foi o lineup mais forte das edições recentes com propostas distintas, mas completas com discurso e, importante, expertise para reforçá-los. Mais uma vez, pontapé (mesmo) inicial eletrizante para chacoalhar o engessado calendário de moda nova-iorquino!
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