Sobre Thomas Tait e o incentivo a novos talentos

Foi do canadense Thomas Tait o prêmio do LVMH Young Fashion Designer organizado, pela primeira vez, pelo conglomerado de Bernard Arnault – dono de marcas como Louis Vuitton, Céline, Givenchy,  mais um outro tanto de grandes grifes de moda e mais nomes importantes do mercado de luxo.

Thomas se define como um “maximalista minimal”, expressão boa para chamar a alfaiataria XXL pontuada por tons vibrantes que ele assina para o seu inverno. Longos de detalhes esportivos em versão refinada e os prints montados por moldes coloridos o ajudaram a ganhar o aval do júri absurdamente estrelado e o cheque de 300 mil euros para investir em sua etiqueta homônima. Tait já apresentava novidades na semana de moda de Londres desde novembro de 2010, depois de uma outra vitória, a do prêmio oferecido pela Dorchester Collection.

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Thomas Tait, inverno 2015
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Thomas Tait, inverno 2015
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O designer ao lado de Karl Lagerfeld, no anúncio dos finalistas do prêmio, em fevereiro

Os looks de chamar a atenção – eles fariam bonito ao serem desfilados por Miroslava Duma em uma semana de moda – e a exposição propiciada pela competição, que ganhou repercussão mundial em todos os grandes veículos de moda internacionais, devem garantir passos mais firmes de Thomas nos próximos anos. Falta, agora, a primeira aparição pública de um de seus itens em algum closet fashionista, para firmar o hype.

Em dias próximos à 35ª edição da Casa de Criadores, iniciativa que visa propulsar novos talentos por aqui (ela acontece desta vez na Galeria Prestes Maia, entre os dias 04 e 06.06), a notícia ajuda a refletir se há novas oportunidades a serem exploradas para garantir mais visibilidade às apostas do evento. Falta respaldo ou link com marcas consagradas que lhe garantam mais possibilidades de crescimento – ou mesmo com um dos conglomerados que temos por aqui? Falta um mecanismo de apoio mais efetivo (ou um cheque gordo) para deslanchar, de fato, uma nova empresa/marca? Levar a  Nicole Bahls para sua passarela ajuda ou atrapalha no trabalho de um dos nomes participantes? Ir para a outra ponta e vestir famosas reconhecidas por seu estilo pode auxiliar também? Nessa época de “vale tudo pra ser fashionista”, uma nova estratégia de PR pode ser suficiente para alavancar uma nova carreira? Dá pra pensar em muita coisa só justapondo os dois (tão distintos) projetos.

Nas imagens, veja mais cliques da coleção premiada de Thomas Tait e o júri poderoso da competição; mais looks de seu inverno, neste link.

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Thomas Tait, inverno 2015
Thomas Tait, inverno 2015
Thomas Tait, inverno 2015
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Thomas Tait, inverno 2015
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Este foi o júri final do LVMH Young Fashion Designer Prize impressionado pela coleção de Thomas: Humberto Leon (da Kenzo), Riccardo Tisci (Givenchy), Phoebe Philo (Céline), Karl Lagerfeld (Fendi), Nicolas Ghesquière (Louis Vuitton), Raf Simons (Dior) e Marc Jacobs. Será que a gente precisa reunir nosso top of the pops daqui para uma nova iniciativa de novos talentos também?

Fotos: Vogue UK e Purple Magazine.

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