A jaqueta do Lula vestida na sexta-feira (06.04) não veio do closet de Chris Martin, do Coldplay, ou do figurino de alguma série de ficção intergalática como apontaram fãs da peça nas redes sociais.
Quem gostou e desejou uma igual encontra duas dificuldades. Primeiro, trata-se de um presente a Lula de Evo Morales, presidente da Bolívia desde 2006.
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Foi no mesmo ano, ao preparar o que vestiria para a posse, que Morales conheceu o trabalho da estilista Beatriz Canedo Patiño, expert no trabalho com lã boliviana a ponto de receber o título de “rainha da alpaca” – formada em Paris, lançou a primeira marca em Nova York em 1987, teve passagens pela semana de moda francesa, mas foi o trabalho empenhado em divulgar os tecidos “made in Bolívia” que a levou de volta ao país em 1994.
A pedido do novo cliente, ela incorporou linhas indígenas à alfaiataria de caráter exclusivo de seu ateliê. Outro input para criação do primeiro de diferentes modelos assinados para o presidente foi uma versão de traje social que não exigisse gravata. Além do conforto, a escolha ajudaria a traduzir, em moda, a aliança entre a história de Evo e o apoio popular com seu novo, e alto, posto.
O segundo impedimento é que, após a morte de Beatriz em 2016 e agora sob o comando da sobrinha Deanne Canedo, a grife trabalha exclusivamente com itens sob medida, tipo couture, a partir da sede em La Paz.