É mais do mesmo dizer que a sensualidade é calibrada na medida certa numa coleção de Barbara Casasola. Gaúcha radicada em Londres, faz parte de seu expertise repensar a dose certa de exposição para o guarda-roupa feminino. Só que desta vez, com o tema assim descrito, palavra por palavra, na apresentação, o resultado ganhou impacto.
Não pela imagem sexualizada, mas pela leveza da alfaiatria refinada, leve, malemolente e não restritiva (mérito também do styling desabado assinado por Tallulah Harlech). Quando não eram os blazers usados caídos dos ombros revelando a lingerie sob o look, eram vestidos que abraçavam o corpo na faceta mais sexy do minimalismo.
Em outro bloco, cordões sugeriam espírito esportivo em vestidos e saias. Sobre as últimas, as duas versões desfiladas — com fitas ou levinhas quase anáguas — resgatam o valor da peça que sofre pra entrar no closet feminino, ainda mais no comprimento daqui (elas têm, aliás, tem conquistado olhares nas passarelas da temporada até agora). Com cartela delicada, o show falou alto com uma elegância understated deliciosa de ver. O resto é ruído.