Mas vou dar uma espiada na edição americana na próxima oportunidade.
O mais novo reality-show fashion na TV americana chama Running in Heels. Estreou em Fevereiro e acompanha a rotina de Samantha, Ashley e Talita, três novas estagiárias da revista Marie Claire.
O que o reality quer mesmo é mostrar a nova fase da revista aproveitando o gancho da chegada de Nina Garcia à equipe, saída da Elle americana e na esteira de sua popularidade com o hit Project Runway. Conhecemos também as algumas figuras-chave da redação: as editoras Zoe Glassner (compras), Zanna Roberts (moda), Lucy Kaylin (executiva) e a chefona da história toda Joanna Coles, editora-chefe. Enquanto o reallity foca nas novas peripécias das estagiárias, para mim é Joanna quem rouba a cena. Ela tenta se apresentar como a editrix clichê mas super conquista com seu senso de humor afiado, o sotaque britânico que parece pre-requisito hoje em dia e a dura que dá em Lindsay Lohan pra que a hot bitch passe pelo tapete vermelho em um evento da revista.
Assim que o programa terminou, me joguei Google afora pra ler mais sobre a editora. Ela assumiu a revista em 2006, após passar pela New York Magazine e pela More. Em solo americano, foi correspondente dos jornais ingleses Times e The Guardian e chegou até a receber proposta para comandar a revista Playboy! Em Londres, onde nasceu e estabeleceu sua carreira no Telegraph antes de atravessar o Atlântico, Joanna conta que começou a escrever quando tinha apenas 9 anos, colaborando com o jornal local em sua seção infantil (precoce). Um highlight de sua carreira sempre apontado é uma entrevista com O.J. Simpson, a primeira após o jogador/assassino declarar sua inocência; diz que Simpson chegou a quebrar uma mesa de vidro após as perguntas diretas de Coles. Por essas e outras, corte de cabelo incluso, é comum ler comparações com a über Tina Brown.
Durante o programa, diversas cenas descontraídas mostram o bom humor de Joanna (“Estou em uma posição em que só perco; você é mais alta, mais magra, mais loira e mais rica” enquanto posa com Heidi Klum no tapete vermelho) mas também revela as pertinentes preocupações com o caminho da Marie Claire nesses tempos sinuosos para o sucesso de revistas impressas (“Preciso que Lindsay ande no tapete vermelho, é o que preciso agora para que a revista tenha a divulgação necessária”).
Até agora, em números, parece que a Marie Claire está mesmo em boas mãos. Desde sua entrada, o número de assinantes cresceu consideravelmente, assim como seu retorno com anunciantes. Joanna acredita que sua busca pelo retorno ao DNA original da publicação é fator decisivo para esse crescimento, considerando essencial para a Marie Claire a perfeita mistura entre dicas de moda e beleza “com artigos que se identifiquem com outros aspectos da realidade global de suas leitoras”.
Nem todas suas tentativas dão certo, óbvio. Pessoalmente, me lembro da frustração de muitos blogs e leitores gringos quando a capa com Maggie Gyllenhaal em Agosto de 2008 foi publicada, por exemplo. Capas são, como a gente viu com a Carine Roitfeld em seu especial da CNN, uma das maiores escolhas para uma revista impressa; uma foto desinteressante com uma celebridade desacertada pode significar o fracasso de toda a edição. Outra capa, uma de suas primeiras, com Sarah Michelle Geller em 2006 também não foi unânime na época. A capa da edição mais recente traz a fofa Rachel McAdams.
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Além de divulgar a revista durante toda sua temporada, na entrevista acima sobre Running in Heels, Joanna destaca que um dos méritos do programa é que seus telespectadores, mesmo que não completamente interessados em moda, podem se identificar com a realidade das novas estagiárias e a pressão de chegarem a uma nova cidade em novo ambiente de trabalho. Joanna comenta também que, desde o sucesso de O Diabo veste Prada, o interesse pelos bastidores da moda é enorme e a revista sempre recebeu convites de emissoras procurando levar esse universo para as telas.
É claro que se trata de mais uma investida da Marie Claire na busca por mais sucesso, reconhecimento e público. Mesmo assim, o programa é incrivelmente superior a outra tentativa similar, o PÉSSIMO Stylista, que tinha formato de competição braçal por um estágio na revista Elle americana e que só resultou em desserviço à revista, aos envolvidos (viu, Anne Slowey) e a quem aguentou acompanhar a série além do episódio inicial. Em seu episódio de estréia, Running In Heels é mais leve, bem-humorado e traz um passeio pelos bastidores muito mais interessante, tem até discordâncias na primeira reunião de pauta de Nina Garcia! Para mim, já cumpriu sua tarefa só por me apresentar à Joanna Coles.
Pra completar:
– Perfis bem bacanas de Joanna Coles: The First Lady of the house of Hearst (The Independent); Yes, the Devil does wear Prada (This is London); Editor Puts Her Stamp on Marie Claire (New York Sun);
– Dois relatos sobre palestras da Joanna Colles, sobre sua trajetória e jornalismo em geral: “Get Aggressive,” Joanna Coles, Editor of Marie Claire, Tells Columbia J School Students (The Huffington Post), Joanna Coles Talks to the Women of Step Up (and the rest of the world), relato SUPER COMPLETO de uma palestra sua (blog All Over the Map);
– artigo BEM BOM sobre asssistentes, que inclui o que trabalha com Joanna (e aparece também no programa), Sergio Kletnoy :: Office Life: A Great Assist (Forbes);
– Página do reality-show Running in Heels, com info sobre todo o elenco.
genteeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee
realmente melhor post ever!!!!!!ameiiiiiiiii. ai bem que podia ter um reality destes aqui no brasil, mas eh claro que não seria tão bom. bjoo
Uma das estagiárias (Talita) é brasileira!
Olhaa, não tinha visto isso Silvana!!
😀
É!!! nasceu aqui e pra lá aos 7 anos, tava vendo alguns videos no youtube, ela e uma outra estagiaria nao se “bicam”…
Amei seu blog! Vou acompanhar sempre! Bjao
Guga, ela é beeemmm do mal! Acabei de ver um dos episódios, ela é mto do mal!!!
ela é do mal né?? mas pelo menos a cachorrinha chama chanel hahaha
xD