Os boatos davam conta da mudança, mas ainda assim o anúncio da saída de Consuelo Castiglioni (e sua família) da Marni caiu como surpresa. A marca foi fundada pela estilista ítalo-suíça em 1994 ao lado dos negócios do marido Gianni na empresa de peles da família.
Ao longo dos 22 anos, Consuelo desenvolveu uma assinatura marcante de estilo, em diálogo com um outro certo nome feminino poderoso da moda italiana, que foge de referências batidas sobre a moda do país famoso pela tradição de seu expertise na moda e pelos ícones de sedução de seu cinema. Além das peles, uma das especialidades, as estampas presentes, os acessórios de impacto por linhas modernistas ou contemporâneas, o styling responsável por firmar a força de sua mulher, o desenho de corpo alheio aos contornos do físico, entre outros elementos, funcionam na Marni a serviço de quem os vestem. Servem também como resposta inteligentes a outras facetas de nomes conterrâneos, seja, por exemplo, o apelo sexy da Gucci de Tom Ford ou a formalidade glamourosa de nomes como Giorgio Armani ou Valentino.
Ainda que sob controle do conglomerado Only The Brave, do empresário Renzo Rosso, a grife era tocada, até agora, pelo núcleo familiar: além do comando criativo de Consuelo, Gianni atuava como presidente, o filho Giovanni tocava sua operação e a filha Carolina era responsável pela comunicação e pelo braço de moda infantil da Marni. Todos acompanham a mãe no desligamento com a marca.
No lugar, o estilista italiano Francesco Rossi assumirá o comando criativo da nova fase. Ele carrega no currículo passagens pela Alessandro Dell’Acqua e pela Prada, onde, nos últimos oito anos, trabalhou com Miuccia Prada (logo quem!) no desenvolvimento das coleções femininas. Ainda assim, soa como uma oportunidade perdida a ideia de colocar um nome masculino para dar sequência à visão de feminismo fashionista da casa?