Para Riccardo Tisci, diversidade não é tendência, é código da nova elegância da Givenchy

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Quem segue Riccardo Tisci no Instagram sabe quantas vezes já viu #gang nos (quase todos) registros que mostram amigos e imagens da grife que comanda, a Givenchy. Na semana de moda de Paris de inverno 2016, o termo ganhou também os comentários imediatos sobre a nova coleção apresentada no domingo(08.03). A primeira associação foi levantada por causa das franjinhas coladas na testa em link direto com o visual das garotas latinas duronas dos anos 1990 de lifestyle embalado pelo hiphop, disseminado até para quem não era tão hardcore quanto a turma original (há quem tenha lembrado também da franjinha de FKA Twigs, sensação eletrônica recente que flerta com a época nas produções musical e fashion).

Relações como esta, que estabelecem pontes entre grifes de luxo e elementos da cultura urbana podem ser perigosas — no ano passado, uma apropriação de elementos da mesma estética chola foi questionada após a o verão 2014 da norte-americana Rodarte, em tom negativo. Perigoso também é optar repetidamente por fatores de risco em uma marca reconhecida pelo histórico de elegância de seu fundador. Hubert de Givenchy fundou a maison em 1952; no ano seguinte, consolidou a estética refinada e polida no corpo de Audrey Hepburn dentro e fora das telas, parceria das mais frutíferas entre a moda e o cinema. Ainda assim, Riccardo Tisci abraça os dois problemas com a propriedade de quem já conquistou sua street credibility. (…)

O desfile mais recente de inverno 2016 pode ser visto como um resumo informal da primeira década de Tisci no comando da marca; reúne também a paixão pela dramaticidade dark e romântica que ele revisita frequentemente — as linhas formadas pelas franjinhas ganham significado mais rico ainda agora? Mas é no liquidificador de referências improváveis que suas escolhas passaram a ganhar projeção para a moda além das araras. Desta vez, a variedade de modelos que compõe o casting, há tempos um dos mais ricos da semana francesa, aparece em nível avançado — chegar a ser difícil delimitar etnias sob as bijoux-piercings e as aplicações da beleza. Cabelos, make, styling, tons de cores, justaposição de peças e o impacto geral da mistura trabalham todos juntos para traduzir na passarela o leque amplo de quem é impactado pelas imagens, sejam eles os consumidores, a família de amigos famosos ligados à cultura do hiphop e ao universo das celebridade, os amigos pessoais, a mãe do estilista (sempre na fila A) ou quem se identifica com as minorias refletidas em suas criações.

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