Quando O Espetacular Homem-Aranha (2012) chegou aos cinemas, a expectativa estava nas alturas. Afinal, era o reboot de um herói que já tinha conquistado o mundo com a trilogia de Sam Raimi e Tobey Maguire.
O problema é que uma iniciativa deste tipo pode dar muito certo, mas não sem enfrentar resistência de quem ficou impactado pela versão anterior. Andrew Garfield assumiu o papel de Peter Parker, Marc Webb trouxe um olhar mais moderno, e a Sony prometeu algo “espetacular”… Mas nem tudo saiu como planejado ou esperado.
Apesar de ter seus fãs (e culto nostálgico hoje em dia, muito graças à recepção de Sem Volta Para Casa, de 2021), o filme levou uma uma grande quantidade de críticas do público na época. Para entender os principais defeitos apontados pelos críticos e pela audiência antenada da produção, revise na sequência os 5 maiores pontos apontados pelos espectadores para descobrir se o hate foi justo ou se o Aranha de Garfield merecia mais amor..
“Mais uma origem? Sério? Já vimos isso!”
O primeiro grande “pecado” de O Espetacular Homem-Aranha foi o timing. Apenas dez anos depois de Homem-Aranha (2002), a Sony decidiu recontar a história de origem do Peter Parker.
Aranha radioativa, Tio Ben morrendo, “com grandes poderes vêm grandes responsabilidades” – tudo de novo! O público torceu o nariz: “Pô, a gente já sabe como ele vira o Homem-Aranha, não precisava de mais duas horas disso!”.
E olha, não dá pra culpar os fãs. A trilogia de Sam Raimi ainda estava fresca na memória, e repetir a fórmula tão cedo pareceu preguiça – ou, pior, uma jogada puramente comercial. Só que o filme tentou dar uma diferenciada: em vez de focar só no Tio Ben, trouxe a trama dos pais de Peter, com conspirações científicas e a Oscorp no centro de tudo.
O problema? Essa novidade não convenceu todo mundo (spoiler: falaremos mais disso no próximo ponto). Pra muitos, foi um “já vi isso antes” com um uniforme novo e um skate na mão.
E mais… Sabia que o reboot aconteceu porque a Sony quase perdeu os direitos do personagem pra Marvel? Pois é, o filme foi uma corrida contra o tempo pra manter o Aranha no bolso deles. Será que valeu a pena?
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Os pais do Peter e a trama que ninguém pediu
Se tem uma coisa que os fãs de quadrinhos amam é fidelidade às HQs.
E aí que O Espetacular Homem-Aranha escorregou feio pra alguns: a invenção da história dos pais de Peter Parker. No filme, Richard e Mary Parker eram cientistas que criaram a aranha que picou o filho – uma reviravolta digna de novela mexicana. O público ficou tipo: “Oi? Desde quando os pais do Peter são tão importantes assim?”.
Nos quadrinhos, os pais de Peter aparecem pouco e nunca foram o foco (exceto em algumas histórias bem específicas e ignoradas por muitos). O Tio Ben sempre foi o coração da motivação do herói, mas aqui ele divide espaço com essa conspiração mal resolvida.
Pior: o filme larga essa trama no meio do caminho! Peter encontra a maleta do pai, visita a Oscorp, descobre uns segredos… e aí? Nada. O Lagarto aparece e a história dos pais vira um “depois a gente vê”. Pro público, foi uma promessa quebrada – e um sinal de que o roteiro não sabia pra onde ir.
No X, até hoje rolam memes tipo “Os pais do Peter Parker: o maior plot twist que ninguém entendeu nem quis”. E você, acha que essa trama merecia mais atenção ou foi só enrolação?
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“Peter Skatista: cool demais pro nosso nerd favorito”
Andrew Garfield trouxe um Peter Parker diferente: skatista, descolado, com um jeitão meio rebelde. Adeus, nerd atrapalhado de óculos que levava surra na escola – olá, adolescente estiloso que já enfrentava bullies antes mesmo de virar super-herói!
Pra alguns, isso foi um sopro de ar fresco. Pra outros? Uma traição ao cerne do personagem.
O Peter dos quadrinhos (e da trilogia anterior) era o típico low-profile que só brilhava como Homem-Aranha. Era fácil se identificar com ele: quem nunca se sentiu um peixe fora d’água?
Mas o Peter de Garfield já parecia seguro de si desde o começo, com aquele cabelo bagunçado e uma vibe meio hipster. O público chiou: “Cadê o Peter desajeitado que a gente ama?”. A mudança tirou um pouco da jornada de transformação que faz o herói tão humano – e, pra muitos, deixou o filme com um protagonista genérico demais.
Andrew Garfield já disse em entrevistas que quis trazer um Peter mais “real” pra geração dele. Será que o problema foi o público não estar pronto pra essa visão ou o filme não ter vendido bem a ideia?

O Lagarto: um vilão que não assustou ninguém
Todo filme de super-herói precisa de um vilão à altura, certo? Bom, o Dr. Curt Connors, aka Lagarto, não deu conta do recado pra muita gente. Rhys Ifans até tentou, mas o personagem ficou aquém do que os fãs esperavam.
O design CGI do Lagarto foi criticado por parecer “plástico” e pouco ameaçador – mais um monstro genérico de videogame do que um inimigo memorável do Homem-Aranha.
Além disso, a motivação dele não ajudou. Connors queria “curar” a humanidade transformando todo mundo em lagartos (?!), mas o plano soou exagerado e mal explicado. Comparado ao Duende Verde ou ao Doutor Octopus da trilogia anterior, o Lagarto foi um balde de água fria. O público queria tremer de medo ou pelo menos respeitar o vilão – mas acabou rindo de um lagartão verde que não convencia nem as crianças.
Um reboot cedo demais, à sombra de Tobey Maguire
Por fim, o maior defeito apontado pelo público foi o contexto: O Espetacular Homem-Aranha veio cedo demais.
Em 2012, a trilogia de Sam Raimi ainda era um marco – o primeiro filme tinha mudado o jogo dos super-heróis, e Homem-Aranha 2 (2004) é até hoje considerado um clássico. Substituir Tobey Maguire, que pra muitos ERA o Peter Parker, foi como tentar substituir o Sol por uma lâmpada LED.
Andrew Garfield tinha carisma, o uniforme era estiloso (talvez o mais bonito da história do Aranha no cinema), e as cenas de ação eram de tirar o fôlego. Mas o peso da comparação foi cruel. O público não queria um “novo” Homem-Aranha – queria mais do antigo! Esse sentimento de “reboot desnecessário” azedou a experiência pra muita gente, mesmo que o filme tivesse seus méritos (e tinha!).
Após o fracasso relativo da sequência (A Ameaça de Electro), a Sony cedeu e fez um acordo com a Marvel pra levar o Aranha pro MCU com Tom Holland. Será que o hate exagerado abriu caminho pro sucesso de hoje?
Viu esses?

O que acontece no filme O Espetacular Homem-Aranha, de 2014
Peter Parker (Andrew Garfield) é um adolescente introspectivo e desajeitado que vive com seus tios, Ben (Martin Sheen) e May (Sally Field), em Nova York. Abandonado pelos pais ainda criança, ele cresce com perguntas sobre seu passado e uma curiosidade que o leva a descobrir uma maleta misteriosa deixada por seu pai, Richard Parker. Essa descoberta o conduz à Oscorp, uma gigante da ciência onde conhece o Dr. Curt Connors (Rhys Ifans), ex-parceiro de seu pai e um cientista obcecado por regeneração genética. Tudo muda quando Peter é picado por uma aranha geneticamente modificada nos laboratórios da empresa, ganhando força, agilidade e sentidos sobre-humanos que o transformam no Homem-Aranha.
Enquanto tenta entender seus novos poderes e se aproximar de Gwen Stacy (Emma Stone), sua paixão do colégio, Peter vê sua vida virar de cabeça para baixo. A morte do Tio Ben, causada por um assaltante que ele poderia ter detido, desperta nele um senso de responsabilidade que o leva a combater o crime nas ruas. Mas o perigo aumenta quando Connors, testando uma fórmula experimental em si mesmo, se transforma no monstruoso Lagarto e planeja espalhar sua mutação por toda a cidade. Cabe ao jovem herói enfrentar o vilão, proteger Nova York e desvendar os segredos de seus pais – uma jornada que testa seus limites e define quem ele realmente é.
Olhando hoje, com a nostalgia de Sem Volta Para Casa e o carinho renovado por Andrew Garfield, O Espetacular Homem-Aranha ganhou uma nova leva de defensores. O uniforme incrível, a química fofa entre Peter e Gwen Stacy, e as cenas de teia em primeira pessoa são pontos altos que muita gente reconhece agora. Mas, em 2012, esses defeitos pesaram – e muito.
Atração da Sessão da Tarde, da TV Globo, nesta sexta-feira (21/2), o filme também é figurinha repetida na programação dos canais a cabo no Brasil. Em streaming, “O Espetacular Homem-Aranha” está disponível para assistir online nos catálogos do Netflix, Prime Video e Max.
O que você acha? O filme foi injustiçado ou mereceu as críticas? Deixe seu comentário aqui embaixo e, pra ter uma boa reação, leve esse post às suas redes sociais para sentir o peso da comparação!
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